Resumo:
A utilização de plantas medicinais como forma de tratamento é considerada uma das práticas
medicinais mais antigas devido ao seu contexto histórico. No Brasil essa cultura passa a ser
fortificada em detrimento dos povos indígenas, que manipulavam recursos vegetais das
florestas como forma de sobrevivência. No entanto, foi através do gênero feminino que essas
práticas se perpetuaram para além das gerações. A participação feminina no cultivo e na
utilização de plantas medicinais passou a ser considerada uma prática ancestral e quando essa
prática se estende como forma de tratamento contra problemas ginecológicos, é considerada
como uma forma de autoconhecimento e empoderamento sobre seus corpos. Dessa forma, o
conhecimento empírico é considerado a principal forma de conhecimento acerca das plantas
medicinais, sendo a população idosa o modelo fundamental na transmissão dos
conhecimentos e práticas dos benefícios das plantas e do seu preparo seja na forma de chás,
lambedores, entre outros. Levando-se em consideração a importância das plantas medicinais
para fins terapêuticos, o objetivo do presente trabalho foi realizar um levantamento sobre a
utilização de plantas medicinais no tratamento ginecológico por alunas da Universidade
Aberta à Maturidade (UAMA) do Campus II da Universidade Estadual da Paraíba, localizada
no município de Lagoa Seca - PB. Para isso, foi elaborada uma pesquisa quantitativa,
exploratória e estruturada por meio da aplicação de questionários semiestruturados, que
continham perguntas sobre o uso das plantas medicinais no tratamento de problemas
ginecológicos e os seus principais sintomas. Foram entrevistadas 16 idosas de 62 a 85 anos, e
todas possuíam um conhecimento prévio a respeito de plantas medicinais. Dessas mulheres,
grande parte (81%) já utilizaram plantas medicinais no tratamento de problemas
ginecológicos e 50% delas afirmaram preferir usar por não fazer mal à saúde. As principais
plantas medicinais utilizadas para problemas ginecológicos pelas idosas são o cajueiro-roxo
(18%), aroeira (18%), mastruz (13%) e alho (11%). As idosas afirmaram que já fizeram o uso
de plantas para infecções urinárias (25%), menopausa (20%) e cólicas (15%). As partes mais
utilizadas nas preparações foram a casca do caule (42%) folhas (32%) e raízes (14%) e a
maioria das mulheres adquirem as plantas em feiras (29%), com amigas, familiares ou
vizinhas (29%) e em hortas caseiras (25%). É importante ressaltar que todas as idosas
possuíam uma vasta experiência no que se refere às plantas medicinais, no entanto, ainda se
faz necessário as instruções sobre o uso seguro e responsável no tratamento contra doenças.
Descrição:
NASCIMENTO, Kallyne Karen Andrade. Utilização de plantas medicinais por estudantes da Universidade Aberta à Maturidade para problemas ginecológicos. 2022. 30 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.