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O objetivo desse trabalho é descrever narrativas frente à existência dos Indígenas Potiguaras
LGBTQIAPN+ dos aldeamentos e núcleos urbanos dos municípios de Rio Tinto, Marcação e
Baía da Traição-PB, bem como na necessidade de ampliar as concepções frente às
representações dos povos originários tanto na mídia quanto no ambiente educacional,
abarcando a urgente necessidade de pautas voltadas para as discussões das sexualidades nas
terras indígenas potiguaras, quanto para além dela. Por vez, utilizam-se fundamentos da
história oral, bem como relatos de potiguaras LGBTQIAPN+ acerca de suas vivências e os
enfrentamentos frente aos preconceitos, exclusões e discriminações tanto dentro das aldeias
quanto na cidade – e mesmo na Academia. Além disso, com ênfase no compromisso ético
dessa pesquisa de trabalho de conclusão de curso, a escrita de si tornou-se de suma
importância numa perspectiva indígena indo ao contraponto de uma história tradicional.
Entendemos que essa história também é escrita em primeira pessoa, pensando nas
contribuições das cosmoperpecções culturais frente ao meu corpo étnico-racial. O aporte
teórico baliza nos estudos de Estevão Fernandes (2017), Eliane Potiguara (2019), Isabella
Alves (2021), Gersem Luciano (2006), Margarida Oliveira (2011), Estevão Palitot (2005),
entre outros. Através desse trabalho percebeu-se que os discursos de ódio, violências físicas,
verbais e psicológicas contra os Potiguaras LGBTQIAPN+ na cidade e principalmente dentro
do aldeamento, são fortemente influenciados pela presença da fé cristã nesses espaços de terra
indígena (TI) e o aumento expressivo da perda das tradições originárias, assim como também
o preconceito, afeito sob diversas óticas: são paraibanos/as/es, indígenas, racializados/as/es e
LGBTQIAPN+. Em suma, esse trabalho é uma tentativa de sinalizar narrativas da existência
desses/as/es sujeitos/as/es silenciados/as/es, suas resistências cotidianas e plurais – e porque
não dizer coloridas |
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