Formações territoriais e a perspectiva de luta da mulher pela democratização da terra e emancipação no cenário paraibano

Abstract

A pesquisa foi desenvolvida com o intuito de analisar a luta da mulher pela democratização da terra e de como esse processo traz a consciência emancipatória, ocasionando a reconfiguração do território dentro e em torno de si salientando como a sua participação política fortalece os movimentos que estão inseridas na Paraíba. As limitações encontradas pelas mulheres assentadas para se firmarem enquanto indivíduo político e como as imposições da cultura patriarcal impedem o desenvolvimento destas dentro e fora do Assentamento de Zumbi dos Palmares, localizado no município de Mari-PB, região imediata e intermediária de João Pessoa. Buscando analisar a linha entre a Geografia e o Gênero no contexto da luta das mulheres por terra e por emancipação política, além de analisar como foi o processo de ocupação da terra e consolidação do assentamento estudado. Almejando entender o papel designado socialmente e culturalmente no macroterritório e no microterritório, foi levantado o contexto histórico da luta da mulher no cenário paraibano, com base na trajetória de vida de Elizabeth Teixeira e Margarida Maria Alves, visando pontuar as suas ações como lideranças políticas, dentro de um território com configurações patriarcais. A intenção do trabalho foi construir uma rede conceitual, relacionando-a com autoras e autores que abordam a temática democratização da terra e emancipação. Neste ínterim, a descrição realizada por Elizabeth Teixeira em sua biografia foi utilizada, com objetivo de elucidar a narrativa na visão de uma mulher sobre a luta pela democratização da terra e a repressão oriunda do Estado e do latifundiário, Heleieth Saffiote (2015), que trabalha com a luta de classes, Sylviane Agacinski (1990) abordando a política dos sexos, Maria García (2002) levantado o contexto agrário em que encontra-se a mulher assentada, István Mézáros (2011) que discute a luta de classe e emancipação incluindo a mulher da estrutura do macro e do micro, Judith Butler (2018) abordando a leitura de gênero e de como o Estado age politicamente precarizando a vida dos indivíduos sociais e Bernado Fernandes (2013) construindo uma análise sobre as formações territoriais.