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DIAS, J. F. Vulnerabilidade e adaptação socioclimática: uma abordagem etnoclimatológica na comunidade rural Dois Irmãos, Pirpirituba/PB. 2020. 63f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Geografia e Território: Planejamento Urbano, Rural e Ambiental)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2020. |
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Com base nas observações dos eventos atmosféricos, nas crenças e percepção da natureza surge o conhecimento tradicional sobre o clima, a etnoclimatologia. No Nordeste brasileiro, muitas comunidades tradicionais fazem uso da etnoclimatologia para o planejamento de suas atividades cotidianas. As mudanças no clima representam uma séria ameaça para o planeta e as formas de vida que nele habitam. Por isso, entender como as pessoas percebem essas mudanças e seus impactos permite a adoção de ações mitigatórias dos impactos negativos. Diante do exposto, pretende-se analisar o etnoconhecimento e o contexto da vulnerabilidade e adaptação socioclimática dos agricultores residentes da comunidade rural Dois Irmãos, situada no município de Pirpirituba/PB. O trabalho foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas, pesquisa de campo e entrevistas. Para a obtenção dos dados necessários ao estudo foram aplicadas entrevistas com o auxílio de formulário semiestruturados. Entrevistou-se um total de 20 agricultores rurais residentes da comunidade rural Dois Irmãos, com faixa etária entre 32 e 80 anos. Para embasamento do trabalho foi aplicado a técnica de análise de conteúdo de Laurence Bardin. O método tem como objetivo apresentar uma observação crítica de análises de conteúdo como uma forma de abordagem para pesquisa qualitativas e quantitativas. Neste contexto, quando questionados sobre a percepção das mudanças climáticas 90% dos agricultores entrevistados afirmaram perceber mudanças significativas no clima local. Sobre as perdas agrícolas ocasionadas pelo clima, 85% afirmaram terem sofrido prejuízos em suas atividades rurais, especialmente a perda da produtividade. No planejamento das suas atividades 85% afirmaram utilizarem conhecimentos etnoclimaticos para decidir quando e quais tipos de agricultura plantar. Foram citadas 11 espécies de plantas utilizadas nas experiências; 09 sobre a fauna; quatro experiências com base em dias santos e seis experiências sobre elementos atmosféricos. Diante do exposto, as percepções das variações, impactos e vulnerabilidades ocasionados pelo clima, este trabalho corrobora no aumento de informações que dão subsídios para adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Além disso, os resultados desta pesquisa podem contribuir nos estudos aplicados ao planejamento e gestão territorial. Contudo, faz-se necessário além da implementação de políticas públicas e assistência técnica, mais estudos voltados para a temática e o resgate e a valorização do conhecimento tradicional dos agricultores sobre o clima. |
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