dc.description.abstract |
A ausência de jovens nas pequenas unidades agrícolas e, principalmente, nos Assentamentos
da Reforma Agrária representa um risco à continuidade da unidade familiar, pois a falta de
sucessão inviabiliza a reprodução social camponesa. Nesse sentido, este trabalho tem como
objetivo explicar a trajetória de formação e o processo de sucessão rural do Assentamento
Calabouço. Para tanto, foi necessário recuperar as memórias de resistência dos agricultores
acerca da luta pela terra, identificar o perfil dos titulares dos lotes, caracterizar as unidades
familiares e descrever as perspectivas dos titulares quanto a sucessão rural. Para alcançar o
objetivo proposto a metodologia desta monografia centrou-se na pesquisa qualitativa e
quantitativa e no método hipotético-dedutivo. Também, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e
documental, além de levantamento de dados junto as famílias assentadas. Com base na pesquisa
realizada foi constatado que, na década de 1980, ocorreu o processo de luta pela terra de forma
conflituosa e que, atualmente, os titulares dos lotes são majoritariamente idosos, mas apenas
25% das unidades familiares possuem um sucessor definido e apesar de haver uma média de 7
herdeiros por família, em sua maior parte, as unidades familiares são compostas por até três
pessoas. Concluiu-se que o acesso à terra foi fundamental para a autonomia daquelas famílias,
pois possibilitou o desenvolvimento da agricultura para a subsistência. Entretanto, a falta de
mecanismos que dinamizem a renda familiar é um fator determinante para a migração dos
jovens dessa comunidade, o que é um obstáculo para a efetivação da sucessão rural. |
pt_BR |