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Este trabalho se propõe a analisar a trajetória de pessoas queer, naturais de cidades interioranas,
encarando o fato de que só a partir do deslocamento geográfico, indo para longe da comunidade em
que estavam inseridos inicialmente, lhes foi possível a liberdade de existirem, expressando sua
própria verdade compondo assim o que chamamos de “exílio não dito”. Para tanto, iremos atentar
para as nuances da exclusão que relegam seus corpos às margens da sociedade, baseados em
conceitos como exílio e deslocamentos espaciais, entrelaçando questões de identidade de gênero,
com enfoque nas masculinidades. Uma das bases para nosso estudo é a trajetória de Ricardo
Correia da Silva, apresentada pela reportagem e posteriormente na obra Ricardo e Vânia: o
maquiador, a garota de programa, o silicone e uma história de amor (2019), de Chico Felitti. O
segundo momento de nosso estudo terá como foco a trajetória de Lorenzo com base na entrevista
entrevista conduzida pelo repórter Daniel Sousa e publicada no g1, em junho de 2017, além da sua
participação no podcast Pod das Arretadas, em abril de 2022. Além disso, desenvolvemos um tópico
com foco na trajetória do autor do trabalho. Posteriormente, abordaremos o exílio dos que ficam.
Como resultados compreendemos que as violências implantadas e praticadas de maneira direta
sobre as pessoas queer, têm um efetivo poder de silenciar, matar e/ou invisibilizar pessoas
desviantes residentes no interior. |
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