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Os oceanos são grandes moduladores dos climas globais e suas temperaturas superficiais (TSM)
têm vindo a aumentar devido ao aquecimento global que, por sua vez, é consequência do
aumento dos gases de efeito de estufa liberados na atmosfera e das mudanças no uso e cobertura
da terra. A variação da TSM assume o papel de forçante atmosférica capaz de alterar a pressão
do ar e os movimentos globais das massas de ar impactando as temperaturas do ar, os regimes
e as anomalias pluviométricas no globo inteiro. A região dos brejos Paraibanos, área de exceção
climática, hidrológica e biológica é de extrema importância para a segurança hídrica do estado
da Paraíba, região Nordeste do Brasil. Dentro desse contexto, este estudo teve como objetivo
analisar como o clima regional dos brejos de altitude da Paraíba está respondendo às mudanças
globais e como as alterações da TSM e as mudanças na cobertura florestal explicam essas
respostas. Observou-se uma diminuição da cobertura por nuvens possivelmente em resposta ao
aumento da TSM, especialmente da faixa Tropical (P < 0,001; R²=0,603) e do Atlântico Norte
(P < 0,001; R²=0,562), o que determina uma maior quantidade de radiação solar anual e um
aumento das temperaturas nas últimas décadas. O aumento da temperatura do ar provoca
aumento da precipitação, principalmente das chuvas convectivas de pouca duração e de maior
intensidade. Chuvas mais intensas contribuem para o processo de erosão do solo e assoreamento
dos reservatórios que já têm seus níveis diminuídos em consequência do crescente consumo
urbano. Assim, políticas públicas e planejamentos de curto e médio prazo devem ser postos em
prática para proteger os recursos hídricos das populações dos brejos e a restauração da cobertura
florestal de forma a proporcionar os serviços ecossistêmicos que ela nos proporciona, sendo a
sustentabilidade dos recursos hídricos um deles. |
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