Resumo:
A dinâmica das comunidades vegetais é influenciada pelas interações positivas e negativas, exercendo um importante papel na manutenção da diversidade, coexistência e sucessão de espécies. O trabalho teve como objetivo relatar as possíveis interações positivas e/ou negativas que um banco de macrófitas flutuantes pode exercer no banco de macrófitas submersas. Este estudo foi desenvolvido em um barramento do Rio do Cabelo (João Pessoa, PB), levando em consideração o período seco e chuvoso, onde foram amostrados doze pontos escolhidos sistematicamente com distância de 10m entre si, utilizando um quadrante (625cm²) à 1m e 2m da margem para a coleta da biomassa, sendo esta utilizada para quantificação do peso seco. Para as análises estatísticas foram realizados teste T para detectar as variações temporais dos dados abióticos e bióticos, também foi realizado correlações de Pearson e Spearman com esses dados e por fim foi empregado o Índice Relativo de Interações (RII) para identificar a existência de facilitação e/ou competição entre as plantas aquáticas. Apenas a precipitação pluviométrica e a transparência da água variaram no período seco e chuvoso. No período seco o ambiente foi composto principalmente das macrófitas flutuantes (1013,98 g/m²) com a presença de bancos de macrófitas submersas (98,18 g/m²). Esses bancos no início do período seco apresentaram interação positiva (RII = 1,0) seguido de interações quase neutras (RII = -0,2 em dezembro/09 e RII = -0,1 fevereiro/10). A presença de macrófitas emersas no ecossistema que teve biomassa crescente no período seco (4,87 106,91 g/m²) devido a interações quase neutras com as flutuantes (RII = -0,1) que permitiu seu crescimento e desenvolvimento, formando bancos com grande capacidade competitiva. O período chuvoso, foi marcado por uma redução de 97% da biomassa das macrófitas submersas, chegando a desaparecer no mês de junho/10 devido a uma forte competição direta das macrófitas flutuantes (RII = -1,0) e uma competição indireta das macrófitas emersas (RII = -1,0). A forte competição das emersas no ambiente, também auxiliou a diminuição da biomassa das flutuantes (252,45 19,16 g/m²). O início de um novo período seco foi caracterizado pelo ressurgimento das macrófitas submersas (1,24 g/m²) que se manteve facilitando no ambiente (RII = 1,0), investindo dessa forma em reprodução. Diferente do início do período de coleta, no mês de outubro/10 o corpo aquático foi composto principalmente por macrófitas emersas (678,32 g/m²) e flutuantes (52,64 g/m²) que interagiram de forma competitiva. Dessa forma, o trabalho concluiu que as macrófitas flutuantes e submersas apresentam um padrão de interação, mas o aparecimento de uma terceira espécie (emersas) alterou esse padrão, levando a exclusão das submersas do ambiente.
Descrição:
LYCARIÃO, Thainá Alves. Relação entre macrófitas aquáticas flutuantes e submersas em um ecossistema aquático De João Pessoa – PB, Brasil. 2011. 60f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2011.