Manejo clínico-cirúrgico de cisto dentígero de grande proporção em mandíbula: relato de caso clínico

Abstract

Os Cistos Dentígeros (CDs) é uma condição de cavidade patológica o qual possui epitélios de revestimento, além de sua estrutura interna ser preenchida por fluido. É classificado como o 2° grupo cístico mais comum presente na região oral e maxilofacial, logo, destacase como de grande incidência. O objetivo desse trabalho é apresentar um relato de caso de uma abordagem clínico-cirúrgica de CDs com ênfase as terapias adjuvantes como meio para a qualidade de vida dos pacientes. O paciente do presente caso, sexo masculino, 45 anos, leucoderma, apresentava-se ao consultório odontológico para consulta com queixas de quadros álgicos em região posterior de mandíbula, então constatou-se a necessidade de tratamento endodôntico no dente 35 e foi solicitado o exame de imagem bidimensional (2D), a radiografia panorâmica. Sendo assim, constatou-se ao exame panorâmico uma lesão radiolúcida, bem definida e unilocular a qual extende para o ramo esquerdo da mandíbula, logo o paciente foi direcionado ao atendimento bucomaxilofacial. Durante a anamnese, o paciente nega a presença de doença de base, mas informa estar em tratamento médico para ansiedade, além de histórico da Síndrome do Pânico e fazer uso contínuo, de bromidrato de citalopam 20mg + clonazepam 0,5mg (1x/dia – em fase de desmame). O paciente ainda relata ter negligenciado a lesão por 20 anos, por inicialmente não apresentar sintomatologia, e posteriormente, os intervalos álgicos serem longos. No que tange ao tratamento do CDs, a literatura traz algumas estratégias propostas, para casos inicias de menor proporção em extensão, indica-se a técnica de enucleação, evitando assim uma maior chance de recidiva. Aos casos de grande proporção, norteia-se métodos combinados a exemplar da descompressão seguida da enucleação, por ser um protocolo mais conservador, protegendo assim, estruturas adjacentes e vitais, como danos ao nervo alveolar inferior. Sobre as terapias adjuvantes, existem algumas modalidades, que a depender do caso, cabe ao cirurgião a associação dos procedimentos, possibilitando maior êxito na conduta. Por fim, foi notória a importância da associação de procedimentos sendo unitário ou combinados para os tratamentos de CDs, visando a possibilidade de prevenção de danos a estruturas importantes, redução de sintomatologia dolorosa, além de, promover ao paciente uma melhora na qualidade de vida.