Resumo:
O presente trabalho propõe uma análise do discurso de uma epístola enviada aos constituintes da Carta Magna de 1934 pela Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), visando com isso que não se fizesse extensivo às mulheres o serviço militar em meio a um cenário político e histórico compreendido entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. O objetivo é refletir como essa narrativa constrói conhecimentos e saberes de forma intencional e, com isso, se constitui através de poderes já legitimados no contexto social e cultural do país. Ademais, a necessidade desta pesquisa centra-se em preencher uma lacuna historiográfica correspondente à parca investigação de como a FBPF constituiu rupturas em relação ao recrutamento bélico na Lei Maior do país e que não apenas se deteve na luta pela conquista do voto feminino. Para tanto, utiliza-se como apoio metodológico a perspectiva elaborada por Michel Foucault de ordem do discurso através dos empreendimentos críticos e genealógicos. Por fim, percebe-se como essa Associação influencia na escrita da Constituição Federal de 1934, através da construção de um conceito aceito do que é ser mulher perante bases estruturais vigentes no Governo Varguista e que, ao invés de confrontá-las, negociam com elas.
Descrição:
MAURÍCIO, Rosiely Jesus Batista. Mulheres não servirão: discurso(s) da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino sobre o serviço militar de mulheres (1934). 2024. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2024.