Silêncio que fala: acessibilidade e inclusão de pessoas surdas nos arquivos

Abstract

Este estudo aborda os problemas enfrentados pelos surdos quando tentam buscar informação em instituições arquivísticas. O embasamento teórico se deu por meio de autores que discutem a relevância da acessibilidade em arquivos (Guinchat e Menou, 1994) e a justiça social (Sandel, 2015), com ênfase no direito à acessibilidade como elemento relevante para a inclusão social, independentemente de classe social, gênero, raça ou condição física. A pesquisa se caracterizou como descritiva, exploratória e quali-quantitativa, utilizando questionários como instrumento de coleta de dados. A amostra foi constituída por um grupo aleatório de participantes arquivistas por escolha pessoal do pesquisador e foi composta por (15) quinze questionários enviados, dos quais 4 (quatro foram respondidos por profissionais da área de arquivologia no Estado da Paraíba (João Pessoa/ Campina Grande) e Ceará (Fortaleza). Os dados foram coletados através do google forms e o método utilizado foi a análise de conteúdo. Os resultados da pesquisa demonstraram as dificuldades que os arquivistas podem enfrentar ao atender usuários surdos, evidenciando lacunas nas aplicações das leis que garantem o direito à informação e comunicação para este grupo. A acessibilidade é fundamental para garantir a inclusão de todos os indivíduos, independente de suas características individuais. No contexto da Arquivologia, essa questão assume ainda maior importância, pois os arquivos contêm informações essenciais para o exercício da cidadania. Os resultados da pesquisa ainda corroboram com a ideia de que há necessidade de aprimoramentos das leis e políticas públicas, as quais visam à acessibilidade, bem como objetivam promover a formação continuada dos profissionais da área de arquivologia sobre essa temática. Portanto, a presente pesquisa contribui para a compreensão da importância da acessibilidade no trabalho, com foco na área de arquivologia, demonstrando a necessidade de ações concretas para garantir a inclusão de todos os indivíduos nos arquivos, promovendo a justiça social. Como sugestão, outros estudos devem aprofundar o tema sobre políticas públicas e a formação dos profissionais da área de arquivologia em relação à acessibilidade.