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As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) representam um desafio significativo
para a saúde pública em escala global. Entre elas, o Papilomavírus Humano (HPV)
destaca-se como a mais prevalente, com mais de 450 subtipos conhecidos, capazes
de serem transmitidos por diferentes vias, infectando tanto a pele quanto as mucosas
corporais. Em crianças, a detecção e o manejo das lesões de HPV merecem atenção
especial devido à possibilidade de transmissão por abuso sexual. O objetivo deste
trabalho foi relatar e discutir o manejo, diagnóstico e tratamento de um caso clínico de
papiloma escamoso oral em um paciente infantil. O paciente, do sexo masculino, 12
anos de idade, leucoderma, apresentava uma lesão papular eritematosa, medindo
5mm, de consistência fibrosa e superfície verrucosa no palato entre os dentes 24 e
25. O tratamento proposto envolveu uma biópsia excisional seguida de
encaminhamento para exame histopatológico para diagnóstico, o qual revelou
proliferações digitiformes revestidas por epitélio pavimentoso estratificado
hiperqueratinizado, acantose e vascularização, resultando no diagnóstico de papiloma
escamoso oral. A mãe não relatou nenhuma lesão semelhante em outra área do
corpo, sendo assim, é necessário realizar a notificação compulsória ao conselho
tutelar para tomar as medidas cabíveis e maior investigação. Em conclusão, o trabalho
evidencia a necessidade de cautela do cirurgião-dentista para diagnóstico de lesões
de HPV na cavidade oral de crianças e as instituições de ensino superior devem
acrescentar mais a temática nas suas grades curriculares para desenvolver maior
segurança no diagnóstico e no manejo de sinais de abuso sexual infantil notados em
consultório odontológico. |
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