Resumo:
Tartarugas marinhas estão ameaçadas de extinção (variando de vulneráveis a
criticamente ameaçadas). Das sete espécies existentes, cinco ocorrem no litoral
brasileiro, utilizando este litoral como área de reprodução e alimentação. A tartaruga
de pente (Eretmochelys imbricata) é a mais comum em áreas de reprodução no
litoral do estado da Paraíba. A determinação sexual em tartarugas marinhas é
dependente da temperatura do ambiente durante o segundo terço do período de
incubação. Temperaturas baixas influenciam na proporção maior de nascimento de
machos, enquanto que temperaturas altas têm maior efeito na proporção de fêmeas.
A ação da maré, a presença de vegetação, a pluviosidade e o sombreamento, tanto
natural quanto antrópico, influenciam diretamente no sucesso reprodutivo e sexagem
dos neonatos. O objetivo do trabalho foi recolher dados de temperatura da areia nas
praias, da precipitação e do período de incubação para poder analisar o efeito de
tais condições no sucesso reprodutivo das tartarugas, com a finalidade de propor
modificações e até mesmo a criação de novas estratégias de manejo e conservação.
Para tal estudo, foi medida a temperatura durante a temporada de desova e
nascimento das tartarugas, de dezembro/2007 a julho/2008 e de dezembro/2008 a
julho/2009, diariamente, nas praias do Bessa e Intermares. Com o uso de um
termômetro de mercúrio a temperatura foi coletada em profundidades de 30 cm e 60
cm. Os dados de precipitação foram adquiridos junto a Agência Executiva de Gestão
das Águas do Estado da Paraíba – AESA, e os dados do período de incubação e
taxas de natalidade e mortalidade de neonatos junto a Associação Guajiru, Projeto
Tartarugas Urbanas que atua no litoral pessoense. Os resultados mostram que a
temperatura foi distinta entre os anos estudados (com diferença significativa para os
meses de fevereiro e abril) alternando a sexagem e o sucesso reprodutivo, tendo
2008 a tendência no nascimento de tartarugas fêmeas e com taxa de sucesso
reprodutivo igual a 67,4%, e 2009 tendência ao nascimento de machos e com taxa
de sucesso reprodutivo igual a 75,5%. No entanto, o número de neonatos fêmea foi
maior que o número de machos, quando somado o número total de nascimento dos
dois anos de pesquisa. Isso demonstra que o litoral paraibano possui um potencial
como região produtora de tartarugas fêmeas.
Descrição:
BRITO, Roniere Andrade de. Perfil térmico em áreas de desova de tartaruga de pente
(Eretmocchelys imbricata (Linnaeus, 1766)) na grande João
Pessoa. 2010. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2010.