História e historiografia da mulher negra na transição do século XX-XXI

Abstract

O presente trabalho analisa a trajetória das mulheres negras no Brasil, com foco especial no período que compreende os séculos XX e XXI. A pesquisa evidencia a complexidade da luta dessas mulheres, marcada pela interseccionalidade de gênero, raça e classe, e pela resistência histórica frente às diversas formas de opressão. Para realização do estudo, fez uma imersão sistemática na historiografia, com a análise de artigos científicos e livros sobre o tema. A luta das mulheres negras no Brasil foi marcada por uma longa história de resistência e resiliência. No início do século XX, as mulheres negras enfrentavam uma tripla opressão: de gênero, raça e classe. Ressalta-se que, a década de 1990, foi marcada por um avanço significativo na visibilidade e na luta das mulheres negras, visto que a criação do Movimento de Mulheres Negras (MMN) e a efetivação de políticas afirmativas foram marcos importante nesse período. Nesse sentido, Lélia Gonzalez, Benedita da Silva e Conceição Evaristo; mulheres negras e atuantes foram fundamentais para a construção do feminismo negro no Brasil. O início do século XXI foi marcado pela intensificação da luta das mulheres negras, com a criação de novos movimentos sociais e a ampliação da participação política dessas mulheres. A Marcha das Mulheres Negras tornou-se um marco na mobilização nacional, à medida que trouxe visibilidade às demandas específicas dessas mulheres. Destaca-se que, a luta das mulheres negras no Brasil é um processo contínuo e complexo, marcado por conquistas e desafios. As mulheres negras desempenham papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, e suas histórias e lutas devem ser reconhecidas e valorizadas e o futuro de suas lutas passa pela continuidade da organização, da mobilização e da luta por políticas públicas que garantam a igualdade racial e de gênero.