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O tabagismo é considerado um problema de saúde pública mundial, sendo a principal causa de morte evitável. Com a diminuição do tabagismo convencional, outras formas de se consumir tabaco foram surgindo, como o cigarro eletrônico (CE). O objetivo deste trabalho foi analisar o nível de conhecimento e hábitos de consumo dos estudantes do Curso de Odontologia do Campus VIII da Universidade Estadual da Paraíba sobre o CE. Para isso, foi realizado um estudo observacional transversal, com estudantes do Curso de Odontologia, sendo incluídos maiores de 18 anos, que responderam a um questionário contendo 38 perguntas. Foram excluídos todos os questionários respondidos incompletamente e os dados foram analisados por meio de estatísticas descritiva e analítica (testes Qui-Quadrado de Pearson e Exato de Fisher), considerando-se significância estatística, o valor de p<0,05. Um total de 192 estudantes de Odontologia participou da pesquisa, sendo a maioria mulher, da raça branca, com renda familiar acima de três salários mínimos (SM), procedente de outras cidades. Foi observado que a maior parte dos estudantes não é fumante de nenhum tipo de cigarro, nem fumante passivo, já experimentou o CE, mas não o possui, conhecendo algum estudante que o tenha. Além disso, a maioria dos estudantes assinalou apresentar conhecimentos baixo (concluintes) e intermediário/alto (ingressantes) sobre o dispositivo eletrônico. Os estudantes com menor conhecimento apresentaram estatisticamente menor preparo (p<0,001) para orientação de seus pacientes sobre o CE, e menor possibilidade de já o ter experimentado (p<0,001) e de querer experimentá-lo (p<0,001). Os estudantes estavam cientes que o CE é prejudicial à saúde, possui nicotina e pode causar doenças sistêmicas, inclusive câncer bucal. Contudo, os universitários desconheciam que o dispositivo tem sua venda e importação proibidas no país e a maioria dos estudantes acredita que a pandemia da COVID-19 possa ter influenciado o início da utilização do CE. Pode-se concluir que, apesar de os estudantes da presente amostra afirmarem que o CE é tão prejudicial quanto o cigarro convencional e que pode provocar doenças como o câncer, de uma forma geral, o conhecimento dos mesmos acerca desse dispositivo ainda é superficial e escasso. É necessário, portanto, mais campanhas de divulgação sobre a prevenção do uso do dispositivo entre os jovens e dos danos causados à saúde de seus usuários, além de mais pesquisas científicas sobre o assunto. |
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