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As sanções econômicas tornaram-se instrumentos frequentes na geopolítica contemporânea, sendo empregadas por potências internacionais como alternativas às intervenções militares diretas. No entanto, essas medidas, apresentadas como mecanismos de pressão pacíficos, têm gerado debates acalorados sobre seus reais impactos nos países-alvo e nas populações civis. O presente trabalho tem como objetivo analisar os impactos das sanções econômicas impostas a Cuba e Venezuela, avaliando como essas medidas de pressão internacional, geralmente apresentadas como alternativas pacíficas às intervenções armadas, afetam profundamente as populações civis e a estabilidade econômica dos países-alvo. A pesquisa adota uma abordagem exploratória e descritiva, fundamentada no método histórico, com o objetivo de identificar as consequências das sanções ao longo do tempo e suas implicações nas relações de poder. Em Cuba, o embargo econômico, vigente desde 1960, comprometeu a economia nacional e restringiu o acesso a bens e serviços essenciais, perpetuando a dependência e limitando o desenvolvimento autônomo do país. Na Venezuela, as sanções impostas a partir de 2014 aprofundaram uma crise humanitária, caracterizada por escassez de alimentos e medicamentos, aumento da pobreza e migração em massa. Fundamentado nas contribuições de teóricos como Iná Elias de Castro, Claude Raffestin e David Harvey, este trabalho examina as sanções econômicas como mecanismos de dominação indireta, atuando na “geopolítica de exclusão” e mantendo a hegemonia das potências sancionadoras. A análise revela que as sanções, longe de promoverem estabilidade e paz, geram exclusão prolongada e sofrimento social, comparável em alguns casos aos impactos de um conflito armado, levantando questões éticas sobre sua eficácia e a necessidade de alternativas mais humanitárias. |
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