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A tartaruga de pente, Eretmochelys imbricata Linnaeus 1766, tem no litoral do estado da Bahia sua principal área de desova no Brasil, seguido do Rio Grande do Norte e da Paraíba, mas há registros de nidificações esporádicas em Sergipe, Espírito Santo, Pernambuco e Piauí. Os ovos de tartarugas marinhas, são depositados em ninhos escavados na praia pela fêmea que, após a oviposição, recobre com areia e retorna para o oceano. Assim, os ninhos ficam potencialmente vulneráveis a predadores terrestres – vertebrados ou invertebrados. Os artrópodes podem estar associados a diversos ambientes e a outros organismos, desde invertebrados até mamíferos, incluindo registros de artrópodes relacionados a ninhos de tartarugas marinhas, a exemplo de formigas, grilos-toupeira (Orthoptera: Gryllotalpidae) e larvas de besouro (Coleóptera: Elateridae). Para este estudo, foram realizadas coletas em 71 ninhos de Tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766)), nos municípios de João Pessoa e Cabedelo, Paraíba, referentes às temporadas reprodutivas, entre os anos de 2008 - 2009 (Temporada 1) e, 2009 – 2010 (Temporada 2). As praias Bessa I e Bessa II, referentes ao município de João Pessoa e, a praia de Intermares, localizada no município de Cabedelo são áreas de desova, e são monitoradas pelo Projeto Tartarugas Urbanas – ONG Guajiru, em uma extensão que compreende cerca de 7 quilômetros. Foram coletados 55.449 artrópodes. Este valor está distribuído entre diferentes estágios do desenvolvimento (imaturos e adultos). Apenas um indivíduo não foi identificado. Em todos os ninhos coletados foram encontrados artrópodes: Acari, Diptera, Hymenoptera, Collembola, Coleoptera, Psocoptera, Zoraptera, Trichoptera, Geophilomorpha, ninfas de Homoptera e Zoraptera, larvas de Diptera e Coleoptera, Isopoda e Araneae. Os ácaros, colêmbolos, dípteros e himenópteros foram os grupos mais abundantes em ninhos de tartarugas nas áreas de estudo. Provavelmente, colêmbolos e ácaros estão relacionados, principalmente, com a umidade e a disponibilidade de alimento. Dípteros são atraídos pela elevada quantidade de matéria orgânica em decomposição, proveniente, principalmente, dos ovos não eclodidos e filhotes que não conseguiram emergir. Os himenópteros são abundantes em solos tropicais e estão bastante associados à vegetação. Por provavelmente ser uma área preservada, somada a fatores bióticos e abióticos, Bessa II apresentou a maior abundância de indivíduos, 68% e a maior riqueza, 73,68% na Temporada 1. Para a Temporada 2, a praia de Intermares apresentou 91% da abundância e, 78,57% da riqueza dos táxons, provavelmente por esta área apresentar a maior quantidade de ninhos. Os resultados do estudo corroboram a hipótese nula (H0), (p>0,05), onde a abundância da fauna de artrópodes em ambas as temporadas não interfere no sucesso reprodutivo dos ninhos. |
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