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Os quirópteros são os únicos vertebrados não aves com voo verdadeiro, característica que impõe síndrome adaptativa sobre seu design morfológico incluindo limites de tamanho corporal relativos ao esforço de voo, a questões de energética e de eficiência de forrageio. Tais alterações alométricas provavelmente moldam o perfil da distribuição de peso para o grupo, que enfrenta pressões bastante diversas às dos mamíferos terrestres. Em busca de descobrir como se comporta a distribuição de pesos para quirópteros foram estabelecidas três escalas geográficas para a construção de distribuições: uma local (ReBio Guaribas) trabalhada a nível de indivíduos (em peso corporal e medida de antebraço) e espécies, por marcação e soltura de indivíduos em campo, uma regional (Paraíba) com dados levantados de animais tombados em museu a nível de espécie, e uma continental (Brasil) com dados bibliográficos de pesos de espécies; com os dados analisados graficamente e o slope – medida de perda de diversidade, dada pela inclinação da distribuição – calculado por regressão linear. As distribuições para peso e antebraço de indivíduos se comportaram como uma série de curvas simétricas, apresentando comportamento similar ao da distribuição normal. Há uma tendência da queda do slope com a diminuição da abrangência geográfica, que se dá provavelmente pela acumulação de espécies pequenas com o aumento da área, causado pelo turnover de espécies, que é mais forte em espécies pequenas. As escalas continental e regional não apareceram como significativamente diferentes entre sí, e a escala local para espécies foi significativamente diferente da continental. Os dados permitem concluir que a distribuição dos pesos para quirópteros é relacionada à sua escala espacial, onde as espécies menores aumentam de diversidade mais rápido que as de maior tamanho ao ampliar a escala, assim como o comportamento da distribuição para escala local aponta para o papel de processos ecológicos locais na definição de sua estrutura, enquanto a distribuição dos tamanhos para espécies é controlada por processos evolutivos de larga escala. |
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