Resumo:
O Movimento das Mulheres Trabalhadoras da Paraíba (MMT/PB) nasceu em 1982 a partir da articulação de trabalhadoras rurais da região do Brejo Paraibano. No decorrer dos anos, múltiplas categorias de trabalhadoras participaram do movimento, fazendo-o florescer. Assim, este estudo objetiva analisar a importância da mobilização das mulheres do MMT/PB na desconstrução do corpo, da sexualidade e dos lugares do feminino socialmente instituídos. Metodologicamente, fizemos uso de uma pesquisa bibliográfica sobre os sujeitos da pesquisa e analisamos os documentos do MMT do acervo arquivístico do Serviço de Educação Popular (SEDUP), com base em uma abordagem decolonial. Na fundamentação teórica, recorri aos respectivos autores: Bellotto (2014), Gak et al (2021), Rosa (2013), Carneiro (2023), Núñez (2023), Foucault (1999), Swain (1996; 2023), Akotirene (2019), Lugones (2020), Rago (2001; 2019), Farge (2009), Ecléa Bosi (1994), Perrot (1989; 2019), dentre outros. A presente pesquisa buscou contribuir para a construção de uma memória mais decolonial e feminina em relação à história das mulheres do brejo, partindo da perspectiva que os registros materiais do MMT fazem parte de um arquivo de resistência e se caracterizam pelo seu caráter decolonial e comunitário. O MMT/PB articulou trabalhadoras rurais e urbanas para ampliar as suas atuações políticas e sociais e desmantelar as imposições sexuais e afetivas sobre as suas experiências. Dessa forma, o MMT/PB construiu espaços emancipatórios de sociabilidade em que as mulheres saem das sombras e se tornam parte do mundo, parte da resistência.
Descrição:
SILVA, Mariane Barbosa da. O Movimento das Mulheres Trabalhadoras da Paraíba (MMT/PB): a descolonização dos arquivos, da sexualidade e dos afetos na década de 1980. 2025. 61f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2025.