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O presente trabalho tem por objetivo principal contribuir com as discussões sobre como historicamente o trabalho doméstico persiste como predominante responsabilidade feminina. Busca fomentar a observação e questionamento sobre quem são os sujeitos responsáveis pelos serviços de manutenção da vida dentro do lar, como ressonância histórica das desiguais relações de gênero. Para atingir essa finalidade, é feita uma análise sobre a educação escolarizada que foi ofertada às mulheres no início do século XX, a partir do discurso do fundador da escola doméstica de Natal-RN, Henrique Castriciano, que se alicerçava na romantização do feminino enquanto mãe e esposa, o que era condizente com os valores da modernidade, sendo essa educação um instrumento de controle e disciplinarização do feminino. Para tanto, pode-se compreender que, ao contrário dos homens, que muitas vezes se tornam sujeitos isentos dessas instruções, as mulheres foram ensinadas e naturalizadas premeditadamente desde muito cedo a realizar essas tarefas de cuidado, de maneira que esse trabalho serviria também à sociedade e ao sistema capitalista, observando como a cultura escolar participou desse processo. Para alicerçar a análise, o diálogo entre gênero, educação e história se fez constante, a partir de autoras (es) como Louro (2004), Federici (2019), Diniz (2022), Soares Júnior (2022), entre outros(as). |
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