Plantas aquáticas invasoras no eixo leste da transposição do Rio São Francisco no Estado da Paraíba

Abstract

As plantas aquáticas tornaram-se alvo de estudos por terem uma importância significativa para a manutenção dos ecossistemas que estão inseridas. Espécies exóticas invasoras são a segunda maior ameaça à biodiversidade após a perda de habitat. Portanto, é importante estudar essas plantas, pois sua introdução pode levar à exclusão de plantas nativas devido à competição, resultando na perda de biodiversidade local e na modificação do ecossistema. Nesse contexto o presente estudo objetivou analisar a presença de plantas aquáticas invasoras nos reservatórios do eixo principal do rio Paraíba, e relacioná-los com os parâmetros abióticos da água. O estudo foi realizado em quatro reservatórios da bacia do rio Paraíba (Acauã, Boqueirão, Camalaú Poções) no ano de 2022 (período seco e chuvoso). Em cada reservatório foram medidos os dados abióticos, coletadas amostras de água e realizada a identificação e a quantificação da cobertura das plantas aquáticas. Os dados abióticos foram medidos no campo, através de aparelhos eletrônicos, e no laboratório, para a análise dos nutrientes. O método quantitativo de coleta das plantas foi o de cobertura de Braun-Blanquet com correção para plantas submersas. Modelos multivariados foram gerados para relacionar os dados abióticos com a cobertura das plantas. Foram identificadas 12 espécies de plantas, com flora diversa nos diferentes reservatórios, com pouca variação sazonal, com exceção de Acauã que houve uma diminuição da riqueza de plantas. A cobertura vegetal média entre os períodos sazonais variou de 29% à 99% nos ecossistemas. A clorofila, amônia, ortofostato e oxigênio foram os principais fatores relacionados a variação da cobertura entre os reservatórios, dominados por plantas anfíbias (Poções), flutuantes (Camalaú e Acauã) e submersas (Boqueirão). Camalaú é o reservatório com a maior cobertura entre os ambientes estudados. Espécies invasoras como Pontederia crassipes (Mart.) Solms e Elodea densa Planch apresentaram uma cobertura considerável no estudo e podem ser indicativos de eutrofização no eixo principal do rio Paraíba.