Técnicas de animação procedural em jogos digitais 2D: redução de custos e aumento da dinamicidade

Abstract

A indústria de jogos eletrônicos tem apresentado crescimento contínuo nos últimos anos, com aumentos significativos na arrecadação de capital. Contudo, esse crescimento também eleva os custos de desenvolvimento, impulsionado pela alta competitividade do mercado e pelos exigentes critérios de qualidade que os jogos precisam atender para se destacarem. Nesse cenário, pequenos estúdios com recursos limitados enfrentam dificuldades para competir no mercado de jogos. Uma das estratégias utilizadas para contornar essas limitações é o uso de geração procedural de conteúdo, que possibilita a criação automatizada de elementos do jogo, reduzindo a necessidade de produção manual por parte dos desenvolvedores. Entre os conteúdos que podem ser gerados dessa forma estão as animações procedurais, que permitem movimentações dinâmicas e automatizadas para personagens e objetos do jogo, sem a necessidade de desenhar manualmente cada quadro. Apesar de seu grande potencial, esse tipo de animação ainda é pouco explorado em jogos 2D, sendo comum que desenvolvedores independentes optem por animações tradicionais. Este trabalho teve como objetivo apresentar e comparar técnicas de animação tradicional e procedural, por meio do desenvolvimento de elementos de jogo com ambas as abordagens. Foram criados, por exemplo, uma entidade inimiga (aranha) com movimentação dinâmica, e elementos ambientais como água, fogo e tecido. Em seguida, foram realizados testes de estresse para avaliar o uso de recursos computacionais em diversas máquinas e dispositivos mobiles de gerações variadas, além de uma análise comparativa quanto à fluidez visual e à carga de trabalho exigida dos desenvolvedores. Com os dados de desempenho coletados, foi realizada uma comparação direta utilizando a métrica de quadros por segundo para cada animação — tanto tradicional quanto procedural — aplicada a cada elemento, em cada um dos dispositivos testados. Os resultados mostraram que as animações procedurais apresentam bom desempenho em dispositivos com maior capacidade computacional e com quantidade de instâncias reduzidas, enquanto equipamentos mais antigos ou com hardware limitado enfrentam dificuldades para processá-las adequadamente. Por outro lado, as animações tradicionais, com menor funcionalidade e dinamismo, funcionaram de maneira satisfatória na maioria dos dispositivos, inclusive os mais obsoletos. Concluiu-se que, embora as animações procedurais sejam tecnicamente mais complexas de implementar, elas oferecem maior fluidez, dinamicidade e realismo, além de facilitarem ajustes finos e refatorações ao longo do desenvolvimento. No entanto, essas vantagens vêm acompanhadas de um maior consumo de recursos computacionais. Já as animações tradicionais, elas se mostraram mais leves para o sistema e com maior liberdade artística, mas demonstraram uma baixa faixa de dinamismo em ambientes de jogos no qual o terreno não é plano, além de demandar mais tempo para refatorações, comprometendo a agilidade no processo de desenvolvimento.