Resumo:
Este trabalho apresenta uma revisão integrativa sobre o uso da radiação solar no tratamento de
água em áreas de insegurança hídrica, motivado pela problemática global da falta de água potável
e da contaminação, que representa uma séria ameaça à saúde pública. Objetivou-se verificar o
entendimento da bibliografia sobre a aplicação da radiação solar como solução eficiente e
sustentável para o abastecimento de água, analisando a eficácia na inativação de microrganismos
e na degradação de contaminantes, comparando diferentes tecnologias e identificando limitações
para sua implementação. A metodologia consistiu em uma revisão integrativa exploratória, com
busca de trabalhos acadêmicos nas plataformas Scielo, Google Scholar e Science Direct
utilizando descritores relevantes, resultando na seleção de nove estudos focados na eficiência
microbiológica e aspectos operacionais das técnicas. Os resultados da revisão indicaram que a
Desinfecção Solar (SODIS), embora simples e acessível, demonstra eficácia na redução de
microrganismos indicadores como E. coli em águas de baixa turbidez, com altas taxas de remoção
sob condições adequadas de insolação. Contudo, o SODIS convencional limita-se a pequenos
volumes e pode ser ineficaz contra microrganismos mais resistentes, como cistos de protozoários.
A fotocatálise heterogênea, utilizando dióxido de titânio (TiO2) ativado por radiação UV ou solar,
mostrou ser eficaz na degradação de contaminantes químicos como Cr(VI), matéria orgânica e
fármacos, além de inativar bactérias, com melhor desempenho frequentemente observado sob
radiação solar. Processos combinados como UV-Ozônio (UV-O3) aumentam a eficiência de
desinfecção contra formas microbianas resistentes e contribuem para a oxidação de compostos,
embora a qualidade da água, como a presença de matéria orgânica, influencie negativamente o
processo. O desenvolvimento de sistemas solares em fluxo contínuo e a integração de
fotocatalisadores representam avanços que superam as limitações de volume do SODIS e
ampliam a capacidade de tratamento para contaminantes emergentes. Apesar dos avanços,
desafios como a intermitência solar, a necessidade de pré-tratamento para águas turbulentas e a
possibilidade de reativação microbiana pós-tratamento persistem, sendo a aceitação social e a
adesão dos usuários fatores críticos para a implementação bem-sucedida em comunidades
carentes. Conclui-se que, embora promissoras e de baixo custo para contextos com infraestrutura
limitada, as tecnologias de tratamento de água baseadas em radiação solar requerem
aprimoramento contínuo para lidar com uma gama mais ampla de contaminantes e garantir a
segurança hídrica em larga escala.
Descrição:
SILVA, Alexandre Liberato Siqueira e . Uso da radiação solar no tratamento de água em áreas de insegurança hídrica: uma revisão integrativa. 2025. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil)- Universidade Estadual da Paraíba, Araruna, 2025.