Resumo:
informação é um dos insumos essenciais para o desenvolvimento sócio-cultural,
político-econômico e tecnológico da civilização moderna. Sendo assim, a informação
está cada vez mais presente nos processos de aquisição de
competências/habilidades, coadunando-se com a construção do conhecimento e
com o desenvolvimento da inteligência que, na sociedade em rede, assume
proporções de aprendizagem, trabalho, comércio e relações sociais independente do
tempo e do espaço. Esta realidade propõe inúmeros desafios às unidades de
informação e aos profissionais ligados às áreas da Arquivologia, Biblioteconomia e
Museologia no que diz respeito à sistematização da informação, do tratamento à
disseminação. Esta pesquisa busca investigar a percepção de usuários reais e
potenciais sobre o arquivo como unidade de informação, partindo da seguinte
questão norteadora: como se processa a percepção de usuários reais e potenciais
sobre o arquivo como unidade de informação? Em termos metodológicos, a
pesquisa classificou-se como empírica, de abordagem quantiqualitativa, do tipo
exploratório-descritiva. Foi utilizada a observação sistematizada a partir de um
formulário de acompanhamento do processo de coleta de dados, fundamentado no
método do “Quarto Excluído”, aplicado a uma amostra de 28 usuários
(internos/externos/reais/potenciais) do Fórum Cível do Tribunal de Justiça da
Paraíba. Os resultados explicitaram que o “arquivo” e o “museu” foram as unidades
de informação mais identificadas, selecionadas, classificadas e descartadas como o
“quarto excluído”, diante de quatro opções apontadas aos usuários como propostas
à ideia de unidade de informação, em forma de fichas contendo figuras. Embora
tenham sido constatadas peculiaridades em relação aos dois grupos de sujeitos
(usuários reais e potenciais), a opção “meios de comunicação” foi a mais escolhida
como sendo unidade de informação mais significativa, mesmo não pertencendo a tal
categorização. A opção “biblioteca” aparece com relevância, enquanto o arquivo e o
museu foram associados a representações como “depósito”, “sujeira”, “velharia”, etc.
Os resultados constataram a invisibilidade do arquivo na estrutura administrativa da
instituição, como também confirmaram subalternidade do arquivo como espaço
sócio-cultural para suprir necessidades informacionais por mais que se precise deste
para cumprir atividades cotidianas, a exemplo dos usuários reais.
Descrição:
MATÕES, F. V. da S. Informação, Cognição, e o "Quarto Excluído": o arquivo
como lócus de informação na percepção de usuários reais e
potenciais. 2013. 113f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquivologia)- Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2013.