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Desde o início da colonização, o espaço agrário no Brasil, constituiu-se em latifúndios, subordinado inicialmente a produção mercantil exportadora, principalmente com a cana-de-açúcar e, atualmente subordinado ao capital e a monopolização da terra. Este problema, hoje, atinge direto e indiretamente milhares de pessoas em várias partes do país, no campo e na cidade. Nessa perspectiva nossa pesquisa tem como meta analisar os fatores sociais e econômicos inerentes ao processo de apropriação e uso da terra na Fazenda Curral Grande, Itapororoca/PB, na qual procura-se traçar um perfil da dinâmica dos arrendamentos que predominam em mais de 400 hectares, ou seja, cerca de 50% das terras agricultáveis desta propriedade, em sua maioria ocupadas com a monocultura da cana-de-açúcar, destinada a agroindústria, o que dá a terra um caráter de privatização. A agropecuária sempre constituiu a base econômica local, na qual a agricultura se destaca como a principal fonte de renda e trabalho aos agricultores/posseiros que ali residem. Devido a pouca disponibilidade de terra e a falta de assistência técnica a estes trabalhadores, o que produzem não atende as necessidades básicas da maioria da população contribuindo para o êxodo rural e para a prática de trabalhos muitas vezes desgastantes, o que os obriga a venderem sua força de trabalho ao latifúndio, isso quando este oferece, sujeitos em muitos casos ao desemprego e a pobreza. Isso, associado ao fato de que, a maioria das 92 famílias que ali residem vivem em porções de terra entre 0,5 e 5 hectares, insuficiente para suprir suas necessidades de renda e trabalho. O estudo ora proposto foi realizado a partir de levantamentos bibliográficos onde procuramos nos basear sobre a temática em pauta e trabalho de campo, tanto nos arrendamentos como nas áreas de agricultura familiar, o que proporcionou a observação “in loco” da problemática existente. Na oportunidade, foram aplicados 20 (vinte) questionários de forma aleatória, mediante entrevistas com os agentes sociais envolvidos nesse processo, onde procuramos identificar as formas de organização econômica, social e política da região com o intuito de dá veracidade aos resultados obtidos. Nesse contexto, partimos para uma visão do real em que nos baseamos na dialética dos fatos, pois trata-se da compreensão da realidade concreta vividas pelos agentes inseridos neste processo, como também suas relações de produção e de poder. Com base na discussão sobre esse território, o trabalho também busca contribuir para a construção de um conceito de política pública que aponte para um acesso mais amplo a terra, onde esta deve ser usada como bem comum, principalmente, àqueles que nela fixarem morada. Diante desse conhecimento é possível interagirmos com o objeto em pauta, tornar público esta problemática e assim procurar soluções que visem maior acesso aos recursos que a terra oferece, ou seja, em uma política pública de Reforma Agrária ampla e concreta. |
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