Resumo:
A violência é considerada um problema de saúde pública mundial, de grande magnitude e complexidade, que
envolve geralmente grupos mais vulneráveis pertencentes a classes sociais menos favorecidas. No caso da
violência sexual, as crianças e adolescentes do gênero feminino são as principais vítimas. Assim objetivou-se
caracterizar a violência sexual contra crianças e adolescentes, do gênero feminino, atendidas no Núcleo de
Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande-PB. Trata-se de um estudo descritivoexploratório
e
transversal,
com
abordagem
quantitativa,
realizada
a
partir
da
análise
de
dados
secundários.
Foram
analisados
440 laudos de conjunção carnal e respectivos boletins de ocorrência, relacionados a crianças e
adolescentes do gênero feminino, entre zero e 17 anos, possíveis vítimas de abuso sexual, atendidas no NUMOL
no período entre janeiro de 2007 e dezembro de 2010. A pesquisa evidenciou a prevalência de vítimas na faixa
etária entre 8-14 anos (62%); solteira (80,9%); estudante (69,3%), com ensino fundamental incompleto (35,9%);
residente na zona urbana (71,6%) e natural de outros municípios (55,9%); 47% da população infantojuvenil foi
vítima de estupro; em 17% dos casos não foi possível descartar a prática de atos libidinosos; e em 34% dos
laudos não foi possível determinar qual o tipo de violência sexual perpetrada. A maioria das denúncias foi
realizada com mais de 20 dias do ocorrido (28,2%), tendo como principais autores do crime os conhecidos,
amigos e vizinhos (44,3%), seguidos por padrastos (10,7%) e genitores (6,7%); a residência da vítima foi o local
da agressão em 15,7% dos casos. Houve predomínio da violência executada por um único agressor (80,7%); com
o emprego de violência psicológica em 33,2% dos casos, e de força física, identificadas em 15,4% das vítimas.
Portanto, pode-se concluir que a vulnerabilidade da população infantojuvenil ao abuso sexual se relaciona com o
gênero; com suas condições biológicas, psicológicas e socioeconômicas; e se agrava com a subnotificação e a
impunidade. Ressalta-se com este trabalho, a importância de uma abordagem multiprofissional qualificada,
humanizada e integral, mediante ações multissetoriais e da capacitação dos profissionais da saúde, para prevenir
e reduzir os casos de violência em nossa sociedade, e quando necessário, atender as necessidades dessa demanda.
Descrição:
SOUZA, E. C. A. M. de. Caracterização da violência sexual infantojuvenil
perpetrada contra o gênero feminino. 2013. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2013.