Resumo:
O processo de envelhecimento está associado a uma maior probabilidade de
acometimento por doenças crônicas não transmissíveis, em virtude das alterações
decorrentes deste processo, as quais podem acontecer em nível molecular,
morfofisiológico ou funcional. O conhecimento da morbidade e das causas de morte nos
idosos é de fundamental importância para o planejamento de estratégias visando à
promoção e a recuperação da saúde e a profilaxia de doenças. Objetivo: Verificar a
prevalência das morbidades referidas por idosos cadastrados na Estratégia de Saúde da
Família do município de Campina Grande/PB. Material e métodos: Este estudo é de
base domiciliar, do tipo transversal, com coleta de dados primários, constituído por
indivíduos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de Campina Grande, com 60 anos
ou mais, de ambos os sexos. A coleta dos dados foi realizada por duplas de
entrevistadores, os quais foram devidamente treinados. As variáveis de estudo foram
sócio-demográficas e morbidade referida. Os dados demográficos incluem informações
sobre sexo, grupo etário, escolaridade e estado civil. Para obtenção da informação sobre a
morbidade referida, o entrevistado respondeu à seguinte pergunta: Um médico ou outro
profissional da saúde lhe disse que tem determinada doença? No questionário as respostas
se limitaram a oito condições crônicas: pressão alta, artrite/artrose/reumatismo, problema
cardíaco, diabetes, osteoporose, doença crônica pulmonar, embolia/derrame e tumor
maligno. As informações estatísticas foram obtidas com o auxílio do aplicativo estatístico
SPSS 17.0. Em todas as análises foi utilizado o nível de significância alfa = 5%.
Resultados: Foram entrevistados 141 idosos (70,9% mulheres e 29,1% homens). A
média etária foi 71,3 anos (Desvio padrão=9,3). A maioria dos idosos (52,5%)
encontrava-se na faixa etária de 60 a 69 anos. Em relação à escolaridade, a maior parte da
população (39,7%) referiu ter de 1 a 4 anos de estudo e 38,3% eram analfabetos. Sobre o
estado civil, 55,3% dos idosos eram casados. Em relação às morbidades referidas, a
pressão alta apresentou maior prevalência entre os idosos (68,1%), seguida pela
artrite/artrose/reumatismo (38,7%), sendo ambas as morbidades mais frequentes entre as
mulheres. O problema cardíaco foi apontado por 24,3 % dos idosos, seguido de outras
morbidades como diabetes (19%), osteoporose (18,4%), embolia/derrame (10,8%),
doença crônica pulmonar (8%) e tumor maligno (4,3%) com menor frequência.
Conclusões: Entre os idosos estudados, observou-se que as doenças crônicas não
transmissíveis mais referidas foram a hipertensão arterial e as doenças osteoarticulares
(artrite/artrose/reumatismo) e que todas as morbidades referidas apresentaram associação
estatisticamente significativa com sexo. Diante da elevada prevalência das morbidades
referidas, especialmente a hipertensão arterial, observa-se a importância de inquéritos
desse tipo, de forma a proporcionar o conhecimento da situação de saúde da população
idosa, por conseguinte, suas necessidades em saúde.
Descrição:
ALVES, J. K. L. Morbidades referidas por idosos cadastrados na
Estratégia Saúde da Família de Campina
Grande/PB. 2013. 35f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2013.