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O presente estudo busca conhecer se os propósitos expressos na Lei nº 10.639/2003, posteriormente alterada pela Lei 11.645/08, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na Educação Básica, estão sendo cumpridos ou como estão sendo cumpridos pelos professores. Objetiva analisar como a cultura afro-brasileira está sendo trabalhada pelos professores do Ensino Médio, bem como apreender as dificuldades encontradas pelos mesmos para efetivar as adaptações curriculares necessárias à inclusão da história e da cultura afro-brasileira nos currículos. Adota metodologia qualitativa nos moldes do Estudo de Caso e recorre à aplicação de questionários com perguntas semi-estruturadas, tomando como campo empírico uma Escola Estadual da cidade de Massaranduba, PB. Para a análise recorre a autores como Fleuri(2003), Domingues (2007), Fernandes (2005), Moreira e Candau, (2007). A partir dos depoimentos dos entrevistados, conclui-se que: 1) a temática em questão tem sido deixada à margem dos currículos escolares por fatores, tais como ausência de tempo, falta de material didático, precariedade na formação, o não oferecimento de capacitação específica que abarque as peculiaridades do cotidiano do docente, descomprometimento por parte dos gestores e governo, entre outros; 2) um importante passo já foi dado com a instituição das referidas leis, entretanto, inúmeros obstáculos são colocados a essa proposta. As possíveis saídas para efetivação das mudanças curriculares propostas são: a importância da capacitação do corpo docente para que este possa, sobretudo, ter domínio do tema, como também trabalhar de modo interdisciplinar; lançar mão de uma metodologia que motive o alunado a se interessar pelo tema, tendo em vista o expressivo preconceito presente não só na escola, mas na sociedade como um todo; investimento do governo na oferta de material didático (livros, revistas, vídeos, etc.) que abordem a temática; desenvolvimento de eventos relacionados ao referido. Na medida em que são indagados, os próprios professores indicam caminho a serem seguidos, que devem atentar não apenas para aspecto cognitivos, mas e principalmente, para mudanças que valorizem a diversidade e as diferenças. |
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