Resumo:
Este artigo tem por objetivo analisar um conjunto de fatores que fortaleceram o discurso sexista no Nordeste fomentando o embasamento das defesas de "crime do adultério" decorrente da mudança do comportamento das mulheres, que começam a contestar a forma hierarquizada da família patriarcal, ameaçando inverter a hierarquia vista como natural. Para tanto, serão expostos de forma bastante sucinta a relação entre o Direito e a mulher na sociedade, responsável por assegurar legalmente o papel de inferioridade que as mulheres exerciam. Dessa forma buscaremos entender sobre quais mecanismos sociais se efetivou a dominação masculina vigente na década de 1970. Para fomentar nosso trabalho, utilizaremos os estudos de Albuquerque Júnior (2003) sobre a formação do homem Nordestino que emerge, pois, como uma reação conservadora as transformações que ocorriam na sociedade, nascendo na necessidade de afirmação de sua virilidade e força chegando à utilização do crime do adultério, termo empregado eufemisticamente na violência contra as mulheres. Ao mais estarão presentes os estudos de Bourdieu (2003) que entende a dominação masculina como exemplo de dominação simbólica, incorporada no habitus dos indivíduos, logo a conduta será encarada como prova qualificadora da honestidade feminina, sendo avaliada a todo o momento, mo marca do que é honroso e desonroso socialmente falando. Logo serão apresentados casos de "crime do adultério" ocorridos no Nordeste e Sudeste, exemplificando que este não era puramente um acontecimento local.
Descrição:
OLIVEIRA, R. B. de. É a parte que te cabe neste latifúndio: infidelidade enquanto sinônimo de morte na Paraíba. 2014. 22f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2016.