Rousseau e a concepção de virtude como crítica às aparências da sociedade no romance: ''Júlia ou a nova Heloísa''

Abstract

Este trabalho tem como foco de estudo o romance de Rousseau “Júlia ou A Nova Heloísa”. Nele será discutido filosoficamente o conceito de virtude e suas implicações morais como crítica às aparências da sociedade francesa do século XVIII, época do Antigo Regime na qual predominava socialmente a divisão da sociedade em classes de acordo com sua posição social ou linhagem. O presente trabalho traz uma discussão a respeito de como era esta sociedade que baseava suas relações nas aparências, onde seus indivíduos agiam de maneira dissimulada, ostentando muita das vezes uma posição social e até mesmo uma vida baseada nesses comportamentos que Rousseau denomina-os de “vícios”. E é justamente para contrapor-se a essa maneira de viver da sociedade francesa do século XVIII que o romance em questão vai se debruçar. Nele iremos observar através de seus personagens qual o ideal de sociedade que Rousseau defende, Júlia uma das personagens e foco do nosso estudo será analisada como a mulher heroína no romance responsável pela manifestação do conceito no qual se debruça o romance: a virtude. Através de sua atuação observaremos como o pensador a idealizou de modo que suas ações refletissem um caráter nobre, moral e virtuoso que se opõe a toda essa vida encenada da sociedade francesa. Assim veremos ao final que o melhor caminho para alcançar a liberdade de uma vida aparente e teatralizada sustentada pelos vícios é a virtude.