Natura Ekos: no discurso da responsabilidade ambiental, vontades de verdade e estratégias mercadológicas

Abstract

Esta monografia, fundamentada nos pressupostos da Análise do Discurso Francesa, sobretudo, nos estudos empreendidos por Michel Foucault, Michel Pêcheux e autores renomados, busca compreender como se constitui o discurso da linha Ekos da Natura, a fim de identificarmos as vontades de verdade presentes em suas estratégias comerciais (discurso ecológico) materializados pelas mídias e que funcionam discursivamente como instrumentos de persuasão, sedução e indução à compra. A revista, bem como, os sites reservados para divulgação das propagandas, tomados como força ideológica da preservação da natureza, exerce sobre seus leitores/expectadores a ideia do se tornar consciente apoiada em vontades de verdade sobre agir ecologicamente correto , especialmente, o ajuste dos sujeitos a um padrão de vida necessário para melhor sobrevivência. Os discursos ecológicos passaram a ser peça fundamental para firmar-se uma cultura pautada na responsabilidade ambiental. Discursos oriundos de formações discursivas que atualizam o princípio do cuidar da natureza, e incitam os sujeitos/leitores/expectadores ao consumo de produtos que caracterizem um teor natural e ecologicamente correto. A metodologia deste trabalho será de natureza qualitativa, uma vez que nosso corpus está composto por enunciados concretos viável no site virtual da linha Ekos Natura e outras fontes pertinentes ao propósito ecológico. Para efetivar a Análise de Discurso no contexto da responsabilidade social e ambiental, delimitamos nossas pesquisas aos pressupostos teóricos de Orlandi (2007), Pêcheux (2007; 1997), Foucault (1996; 2008; 1990) bem como algumas considerações de professores e pesquisadores que dedicam seus estudos a esta perspectiva. Através dos discursos, percebemos a incursão da temática ambiental na mídia de modo avassalador, que muito tem contribuído para as empresas interessadas em fornecer ao sujeito um modo de vida marcante na contemporaneidade. Este fator contribui para que os sujeitos, sob as teias sociais, tornem-se atuantes, bem como responsáveis pela onda ecológica .