O espaço geográfico paraibano através de escritores clássicos regionais: uma ferramenta pedagógica

Abstract

O dialogo entre o ensino da Geografia e a Literatura potencializa a construção do conhecimento no tocante as práticas didáticas, uma vez que, a união desses elementos viabiliza a compreensão dos indivíduos e significa, ainda, ir além de explicações dicotômicas, mas também buscar significado possibilitando a compreensão dos múltiplos aspectos da vida cotidiana, bem como, características representadas materialmente e imaterialmente pelas relações físicas, culturais, sociais, políticas e econômicas. Objetivou-se com este trabalho fazer uma leitura da obra de três clássicos paraibanos José Lins do Rego (Zona da Mata Paraibana) - Menino de Engenho, Banguê, Usina e Fogo Morto; José Américo de Almeida (Brejo e Sertão Paraibano) - A bagaceira e, Ariano Suassuna (Sertão Paraibano) - O Auto da Compadecida, através das abordagens de cunho geográfico, a fim de aprofundar o estudo da relação entre a Geografia e a Literatura para um maior conhecimento das regiões paraibanas destacadas nas obras. Foi realizada uma revisão bibliográfica pertinente ao tema do estudo, em busca da compreensão de diferentes pontos de vista da percepção da paisagem e as visões da natureza nos ambientes naturais e culturais paraibanos, a partir da experiência dos personagens envolvidos nas obras. Tais atributos fazem destas, fontes de pesquisa para diferentes áreas das ciências humanas, ressaltando-se seu caráter interdisciplinar. A relação entre os elementos historiográficos e principalmente geográficos das literaturas propostas possibilitaram uma ampliação da compreensão crítica nas atividades escolares, dando sentido ao científico e aprimorando o didático. O ensino da geografia, por meio das análises literárias, promove ainda a ampliação das relações significativas e simbólicas com o cotidiano do aluno. Para além do imaginário literário a necessidade de processar a realidade pelo movimento dialético do sujeito com o mundo e com a obra literária. Conclui-se, portanto, que é possível construir um cabedal teórico que permita a ampliação das questões didáticas e pedagógicas para o ensino de Geografia.