Percepção de resíduos sólidos de agentes de saúde e usuários do serviço de saúde no bairro das Malvinas, Campina Grande-PB

Abstract

Os resíduos sólidos compreendem uma das principais preocupações da sociedade contemporânea em decorrência da produção e do consumo excessivo de produtos industrializados, que na sua maioria é depositada em locais inadequados, proporcionando impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública. Sendo um dos maiores agravos à crise ambiental, o que exige mudanças dos padrões de produção e consumo, como a gestão integrada. O principal objetivo deste trabalho foi analisar de forma comparativa a percepção sobre resíduos sólidos de agentes de saúde e usuários do serviço de saúde que atuam no bairro Malvinas, em Campina Grande-PB, visando favorecer o desenvolvimento de estratégias em Educação Ambiental para a gestão integrada de resíduos sólidos e melhoria da saúde humana. O trabalho foi realizado de fevereiro a dezembro de 2016, tendo por base os princípios da pesquisa participante. A coleta de dados ocorreu em quatro etapas: identificação dos agentes de saúde e usuários do serviço de saúde que atuam no bairro Malvinas e são atendidos pelo programa de saúde da família; análise da percepção ambiental e efetivação do diagnóstico socioambiental; a ministração do curso de formação em Educação Ambiental para gestão de resíduos sólidos aos líderes comunitários, e realização do evento denominado ´´Semeando Boas Ações para Colher um Futuro Sustentável´´. O evento constou de quatro oficinas: produção de sabão a partir de óleo usado, reciclagem de papel, produção de produtos de limpeza biodegradáveis e transformando resíduos em arte. Constatou-se que a maioria dos agentes de saúde (57%) e dos usuários do serviço de saúde (54,3%) detém percepção correta sobre os resíduos sólidos e separa-os no interior das residências, destinando-os aos catadores de materiais recicláveis formais (20% dos agentes de saúde e 2,4% dos usuários de saúde) e informais (60% dos agentes de saúde e 70,9% dos usuários de saúde). No entanto, um percentual significativo dos agentes de saúde (20%) e dos usuários de serviço de saúde (46%) ainda não pratica a coleta seletiva. Fato que concorre para os impactos negativos sobre o meio ambiente e saúde pública, requerendo intensificação de projetos e políticas públicas que contemplem ações continuadas de Educação Ambiental. Verificou-se também que 7,3% dos usuários de serviço de saúde que participaram deste trabalho encaminham os resíduos sólidos selecionados na fonte geradora, (residências) à ENERGISA, desconsiderando, desta forma o que prevê a Lei 12.305/2010. A formação em Educação Ambiental proporcionada aos agentes de saúde e aos usuários do serviço de saúde favoreceu mudanças de percepção, o empoderamento de conhecimentos referentes ao meio ambiente, à gestão integrada de resíduos sólidos e a relação meio ambiente e saúde. O processo de sensibilização e de mobilização relativa ao meio ambiente, deixando-os inquietos em relação à gestão integrada de resíduos sólidos e a necessidade de cuidar do meio ambiente, não esperando apenas pelos gestores públicos.