Da República de Genebra à República do Brasil: uma leitura da realidade do Nordeste brasileiro a partir do conceito de desigualdade em Rousseau

Abstract

O objetivo do presente artigo foi tratar um de tema filosófico tão relevante quanto o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os Homens, obra de Jean Jaques Rousseau, filósofo contratualista, que atribui à criação da propriedade privada como a primeira causa da origem da desigualdade. Buscamos na obra O manifesto comunista, de Karl Marx, a fundamentação necessária à proposição deste artigo. Enfocamos a realidade brasileira com recortes na literatura de José Américo de Almeida, Raquel de Queiroz e Graciliano Ramos, como “sociólogos e romancistas da fome no Brasil”, para uma leitura da realidade do Nordeste brasileiro, visto a partir do conceito de desigualdade em Rousseau. Por fim, encontramos em Eduardo Galeano, na sua obra As veias abertas da América Latina, os conceitos e análises para comparar a virtuosa República de Genebra com as vicissitudes da República do Brasil. Nessa direção, verifica-se nos cenários literários a ratificação da primorosa obra do filósofo genebrino.