As formas de resistência nas aulas de leitura e as ações do professor-pesquisador

Abstract

Este trabalho tem como finalidade investigar as formas de resistência dos alunos diante do que é realizado em sala de aula, em uma turma de 6º e do 7º ano do Ensino Fundamental II, e propor, através de uma intervenção, a leitura de diversos gêneros discursivos. Nesse sentido, buscando tentar entender o porquê dos alunos não gostarem ou não quererem ler, utilizamos como embasamento teórico as contribuições da Análise do Discurso de linha francesa, seguindo os estudos de Orlandi (2008), Coracini (1995), Fiorin (1988), Foucault (1970; 1979), dentre outros. O corpus de nossa análise é constituído por transcrições das aulas gravadas em áudio, sondagem sobre o que os alunos gostavam de ler e as atividades desenvolvidas numa escola pública da cidade de Monteiro-PB. Esta pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: na primeira, realizamos observações das aulas ministradas pelo professor com o intuito de analisar as formas de resistência dos alunos nas aulas de leitura e as relações de poder instauradas no espaço escolar; na segunda etapa, desenvolvemos uma intervenção em sala de aula através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), procurando fazer com que os alunos lessem gêneros que estivessem em seu cotidiano, buscando contribuir para que os discentes desenvolvessem gosto pela leitura ou pelo menos diminuíssem aversão que apresentavam ao ato de ler. Partimos da premissa de que a leitura deve tornar o aluno um sujeito crítico, desenvolvendo um olhar para além do explícito, tornando-se um produtor de sentidos apoiando-se na materialidade linguística e nas condições de produção estabelecendo sentidos para o que lê. Diante disso, percebemos a importância do trabalho de mediação do professor nas aulas de leitura possibilitando a participação dos alunos e conduzindo-os a expressar os diferentes pontos de vista. Para tanto, é preciso que o professor seja capaz de fazer das aulas uma troca de conhecimentos, contribuindo assim, para que o aluno seja construtor de sentidos questionando as verdades que circulam no seu meio social.