Perfil da Educação Física Escolar no Ensino Médio da rede estadual no município de Campina Grande – PB

Abstract

Neste artigo propôs-se conhecer as características e problemáticas da Educação Física escolar da rede estadual de ensino no município de Campina Grande – PB, identificando a visão de gestores e professores sobre a realidade atual, além dos tipos de abordagens, métodos de ensino e avaliação utilizados na prática pedagógica. A Educação Física escolar tem passado por um momento turbulento mesmo após a grande celebração dos Jogos Olímpicos em nosso país ano passado. Enquanto esperávamos uma valorização na área, recebemos uma “ducha de água fria” com a proposta do MEC (Ministério da Educação) em tornar a disciplina não obrigatória para as últimas séries do Ensino Médio segundo a Medida Provisória (MP) 746/2016. Esse estudo é caracterizado como estudo de corte transversal do tipo descritivo qualitativo, realizado em 9 escolas da rede estadual de ensino no município de Campina Grande – PB dispostas pelas diversas regiões da cidade, contando com a participação voluntária de 9 gestores, e de 9 professores de Educação Física que atuam nessas escolas, totalizando 18 pessoas questionadas sobre a situação da E.F. escolar da rede estadual de ensino no município de Campina Grande – PB, somando mais de 150 respostas analisadas. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário descritivo para ter acesso às respostas e para a análise o procedimento de análise qualitativa conforme a Análise de Conteúdos de Bardin (2009). A partir dessa análise, os resultados percebidos apresentam um perfil de um componente curricular desvalorizado, confuso, higiênico e desportivo, com alguns avanços no âmbito crítico, porém não consolidados, carecendo de uma maior exploração e explicação de qual é realmente o papel da E.F. dentro da escola. Portanto, conclui-se que há um longo caminho a ser trilhado, inúmeras barreiras a serem ultrapassadas, para que a E.F. enfim tome o seu devido lugar na sociedade, não como objeto de propaganda política e meio de domesticação das classes populares, como vem sendo tratada historicamente, mas sim como sujeito do processo de transformação da sociedade, a partir de uma visão ampliada e crítica sobre a realidade do mundo que vivemos.