Dípteros e coleópteros associados a cadáveres humanos no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal em Campina Grande – PB

Abstract

A pesquisa objetivou inventariar as espécies de Diptera e Coleoptera em cadáveres humanos no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal, em Campina Grande (PB), de março a junho de 2017. O material biológico vivo coletado foi separado por região do corpo. Em laboratório, os adultos foram colocados em álcool 96% e os imaturos individualizados em recipientes com carne bovina moída e maravalhas até os adultos emergirem. Índices faunísticos foram aplicados. Os cadáveres foram procedentes de Alcantil (caso 1/fase gasosa/coliquativa), Patos (caso 2/carbonizado), Sumé (caso 3/fase de esqueletização), Alagoa Nova (caso 4/fase gasosa) e Boqueirão (caso 5/fase de esqueletização). Dos 335 dípteros coletados, 307 foram Calliphoridae e os demais Sarcophagidae. Chrysomya albiceps (72,54%), C. megacephala (1,19%), C. putoria (1,19%), Cochliomyia macellaria (2,69%), Hemilucilia segmentaria (0,60%), Lucilia eximia (13,43%) e Peckia (Sarcodexia) lambens (8,36%) foram as espécies registradas. Os 37 espécimes de Coleoptera pertenciam a Dermestes maculatus (Dermestidae) (70,27%), Necrobia rufipes (Cleridae) (27,03%) e Leucothyreus sp. (Melolonthidae) (2,70%). Chrysomya albiceps e D. maculatus foram as mais frequentes, dominantes e constantes. Nos casos 1 e 4, foi assinalado uma maior abundância de dípteros e as menores de coleópteros. No caso 5 houve somente a presença de coleópteros. A região composta pela pelve e pelos membros inferiores apresentou a maior abundância de dípteros. O estudo é pioneiro na Paraíba e as informações oriundas desse conhecimento podem atuar como ferramentas-chave no suporte necessário para a causa jurídica do óbito, por exemplo. Para a nossa realidade, é o começo de uma visão inovadora e produtiva.