Uma análise da produção do serviço social acerca da empresa brasileira de serviços hospitalares (EBSERH)

Abstract

A partir do contexto dos anos 1990, com o processo de contrarreforma do Estado, que rebate nas políticas sociais, a saúde tornou-se alvo da ofensiva e do ajuste neoliberal. As contradições originadas nesse processo interferem diretamente na prática profissional dos assistentes sociais. Neste contexto são criados os novos modelos de gestão para a administração pública, a exemplo da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). O presente trabalho de conclusão de curso (TCC) teve por objetivo principal: analisar a produção do Serviço Social acerca da EBSERH a partir dos anais do CBAS e ENPESS, do período de 2012 a 2017. Os objetivos específicos que nortearam a pesquisa foram: identificar que tipo de concepções (critica ou acritica) a categoria aborda acerca da EBSERH; verificar se a produção da categoria discute possíveis desafios e possibilidades da EBSERH para a prática profissional das (os) assistentes sociais. O interesse pelo tema foi motivado pela nossa inserção no campo de estágio de Serviço Social no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande-PB, no período de setembro de 2016 a dezembro de 2017. O estudo realizado classificou-se como uma pesquisa bibliográfica e documental, fundamentada no método crítico-dialético. Como principais resultados destacamos: a concepção predominante identificada nos artigos dos congressos de Serviço Social considera a EBSERH como um modelo de gestão que privatiza a saúde pública e precariza as condições de trabalho, bem como não consegue resolver a “crise” nos Hospitais Universitários e acaba constituindo-se numa ameaça para o SUS público e estatal. Como desafio, identificamos a gestão burocratizada e verticalizada da EBSERH como um dos principais elementos que dificulta a prática profissional. Diante desse contexto, como possibilidade se faz necessário reforçar a perspectiva da organização coletiva dos assistentes sociais com os demais profissionais da saúde e usuários do SUS, assim como também participar dos eventos da categoria para construir estratégias conjuntas de enfrentamento ao desmonte de direitos.