Intoxicação medicamentosa na adolescência: Perfil epidemiológico de um centro de informação e assistência toxicológica

Abstract

A adolescência constitui uma fase de transição entre a infância e a maturidade, caracterizada por profundas transformações bio-psico-sociais, em que se experimentam novas sensações e experiências, e pode tornar o indivíduo vulnerável ao uso de substâncias psicoativas e possíveis danos associados a este consumo. O objetivo desse estudo foi descrever o perfil epidemiológico das intoxicações medicamentosas em adolescentes, atendidas e notificadas pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campina Grande-PB (CIAT-CG). Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo dos casos de intoxicação por medicamentos registrados com indivíduos entre 10 e 19 anos, no período de 2015 e 2016. Os dados foram coletados da Ficha de Notificação Individual por Intoxicação Exógena do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Posteriormente, procedeu-se a tabulação e análise dos dados no software Microsoft Office Excel 2007, onde foram calculadas as frequências absolutas e percentuais, apresentadas em tabelas e gráficos. Ainda houve, utilizando o mesmo software, a aplicação do Teste do qui-quadrado com significância de 0,05. No período estudado, registrou-se 138 casos de intoxicações medicamentosas em adolescentes. Constatou-se alta incidência das tentativas de suicídio (70,29%; n=97) e do abuso dessas substâncias (7,97%; n=11). Quando aplicado o teste qui quadrado clássico com a correção de Yates, enfocando sexo e circunstância, obteve-se p-valor=0,8492 e X²=0,2629, demonstrando não associação entre as variáveis. Contudo, os resultados encontrados apontam para a necessidade urgente de medidas educacionais interventivas e de caráter multifacetado nos ambientes onde se encontram uma grande concentração de adolescentes.