Potencial de aplicação do biossurfactante por Serratia mascescens UCP 1549 na descontaminação ambiental utilizando gordura animal como substrato

Abstract

Os resíduos agroindustriais líquidos e/ou sólidos têm despertado grande interesse quando utilizados como substrato alternativo para o fornecimento de matéria-prima de baixo custo. Uma dessas alternativas é a produção dos biossurfactantes, que são agentes anfipáticos de origem microbiana que possuem em sua estrutura uma região hidrofóbica e outra hidrofílica capazes de reduzir a tensão superficial e interfacial. Eles atraem atenção principalmente devido à sua baixa toxicidade, biodegradabilidade na natureza, melhor compatibilidade ambiental e facilidade de operação, quando comparado com os sintéticos. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência das cascas de abacaxi e da gordura animal como substratos para a produção de biossurfactantes por Serratia marcescens UCP 1549, de acordo com o planejamento fatorial 2^2 . Os meios foram incubados à 28ºC durante 48h, 72h, 96h e 120h. O biossurfactante produzido foi avaliado pelas medidas de índice de emulsificação e tensão superficial utilizando substratos hidrofóbicos o óleo pós-fritura, óleo de milho e óleo de girassol. O melhor resultado obtido para índice de emulsificação foi de 100% na condição 3 com óleo pós-fritura e girassol. Para tensão superficial a melhor condição foi a 1 que continha 5 gramas de casca de abacaxi e 2 g de gordura animal fermentado por 48 horas, onde obteve se 27,7 mN/m. Para verificar a estabilidade dos biossurfactantes produzidos, os mesmos foram submetidos a variações de pHs (2,0, 4,0, 6,0, e 10,0) e em concentrações de NaCl (2,0%, 4,0%, 6,0% e 10,0%). Os resultados demonstraram a formação do biossurfactante com estabilidade em diferentes pHs como também em diferentes concentrações de sais. Com a melhor condição da redução da tensão superficial foi produzido 1 L do meio para a sua extração por precipitação ácida e a sua estabilidade em condições extremas de pH e concentrações de NaCl. Além disso, foi feito o teste de dispersão com o óleo de motor. O rendimento de biossurfactante foi de 0,87 g / L. A dispersão do óleo do motor queimado na água foi de 72%. Esses resultados demonstraram a boa capacidade de S. marcescens UCP 1549 para produzir biossurfactante com propriedades com aplicações promissoras como detergentes e produtos de limpeza doméstica.