Captação pluvial e reuso da água como alternativa de abastecimento dos centros atacadistas de confecções e lavandeiras do agreste pernambucano

Abstract

Os centros atacadistas de confecções do Agreste pernambucano, localizados em Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, PE, e as respectivas atividades comerciais, incluindo-se as lavanderias têxteis, necessitam de um grande volume de água, embora não disponham de sistema adutor de abastecimento público de água. Diante disto, procurou-se estabelecer regime pluvial, das referidas cidades, e estimar os volumes potenciais de captação da água da chuva, como alternativa para aumentar a oferta hídrica, sendo essas determinações os objetivos principais. Para realização deste trabalho, utilizaram-se séries pluviais mensais e anuais de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama cedidas pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), sendo analisadas mediante critérios estatísticos de medidas de tendência central e de dispersão e estabelecidos os regimes pluviais. Foram estimados os volumes potenciais de captação da água da chuva, adotando-se cinco cenários de regime pluvial e áreas de captação dos referidos empreendimentos comerciais, e os volumes de água usados nas respectivas atividades. Escolheram-se seis lavanderias industriais, em Toritama, PE, sendo identificadas por letras e aplicadas formulários semiestruturados e estruturados, aos gestores, com perguntas quali e quantitativas relacionadas ao tema uso e reuso da água nas diferentes atividades fins. Os cálculos e análises foram feitos utilizando-se a planilha Excel. Os principais resultados indicaram que o modelo de distribuição de chuva é irregular, assimétrico, a estação chuvosa dura cerca de quatro meses e chove o equivalente a 61,0 % do total mediano anual, embora haja chances de ser seca. O Parque das Feiras, Toritama, PE, o abastecimento é feito, majoritariamente, por carros pipas e o Moda Center, Santa Cruz do Capibaribe, PE, o sistema de adução de água atende cerca de 70,0 % da demanda. As áreas cobertas (telhados) do Parque das Feiras e do Moda Center têm potencial para captar volumes de água da chuva, equivalentes a cerca de 60,0 % do necessário (gasto). A água usada nas lavanderias têxteis é transportada por carros pipas e provém de fontes não seguras. A produtividade diária de peças lavadas é da ordem de quinze mil peças em jeans e o gasto, per capito, é, em média, de 53 litros. Conclui-se que a captação da água da chuva no Parque das Feiras, no Moda Center e nas lavanderias, é a principal alternativa para aumentar a disponibilidade hídrica, associada ao reuso da água tratada, a fim de evitar a degradação ambiental.