As duas faces da solidão em O filho de mil homens de Valter Hugo Mãe

Abstract

O presente artigo analisa a forma como o sentimento solidão está presente em personagens da obra O filho de mil homens. Nesta análise, buscamos verificar como se dá a relação das personagens com o sentimento solidão, seja pela escolha de vida solitária, seja pela exclusão que causa tal sentimento. A leitura tem por base os apontamentos teóricos dos autores como Kuinodoz (1993), Foucault (2003), Freud (2001) e Beuttermuller (2003) como meio de evidenciar o sentimento solidão representado na vida das personagens da citada obra de Valter Hugo Mãe. Nesta análise, verificamos que a solidão está representada em duas faces na trama, de um lado a solidão domesticada, que não há infelicidade ou angústia, e que o indivíduo vive bem mesmo sozinho, não se entristece por isso e consegue ter esperança na vida. De outro lado, a solidão que causa infelicidade, consequência de uma falta ou um acontecimento triste, o indivíduo não consegue se recuperar e afunda em uma angústia e tristeza profunda, sem expectativa alguma de satisfação na vida. Assim, a literatura possibilita ao leitor participar de um jogo de experiências, cujo resultado final pode (e tende a) ser o adensamento da experiência particular.