Efeitos biomecânicos e neurodinâmicos da modulação periférica do sistema nervoso autônomo em pacientes com disfunção temporomandibular

Abstract

INTRODUÇÃO: As alterações que vêm a interferir no bom funcionamento da articulação temporomandibular (ATM) e da musculatura mastigatória associada a ela, entre outras estruturas que fazem parte do sistema estomatognático, são denominadas como disfunção temporomandibular (DTM). Tais alterações podem levar a uma modificação na biomecânica da ATM, além de provocar mudanças no funcionamento do sistema nervoso autônomo, acarretando alterações no perfil neurodinâmico dos pacientes. O método de Modulação Periférica do Sistema Nervoso Autônomo (MPSNA) vem se mostrando como uma terapêutica promissora no tratamento da DTM, promovendo uma melhora na sintomatologia e na qualidade de vida dos pacientes portadores de DTM. OBJETIVO: Verificar os efeitos da MPSNA sobre a biomecânica do sistema estomatognático e o perfil neurodinâmico de pacientes com disfunção temporomandibular. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um ensaio clínico randomizado, realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A amostra foi composta por pacientes diagnosticados clinicamente com DTM, com idade superior a 18 anos e de ambos os sexos. Os indivíduos foram submetidos a uma avaliação clínica, cinético-funcional e biomecânica e a uma avaliação do sistema nervoso autônomo através da neurometria, sendo em seguida divididos em grupo controle (fisioterapia) e intervenção (MPSNA) e tratados de acordo com o método correspondente. Foi realizada uma análise estatística descritiva dos dados, sendo obtidas tabelas de distribuição de frequência para as variáveis categóricas e calculadas medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis numéricas. RESULTADOS: A amostra foi composta por 31 voluntários, com idade média geral de 31,45 ± 13,81 anos, em sua maior parte do sexo feminino (70,97%), a qual foi distribuída em grupo controle (n=15), e grupo intervenção (n=16). Ambos os grupos apresentaram melhora das variáveis biomecânicas e neurodinâmicas. Com relação a biomecânica, houve aumento das medidas dos movimentos osteocinemáticos da ATM e da cervical, bem com redução do nível de dor na ATM e na musculatura do sistema estomatognático para a maioria dos pacientes no grupo controle e intervenção. Após ambos os tratamentos houve melhora no diagnóstico do perfil neurodinâmico, com grande quantidade de pacientes que obtiveram uma normalização para a maioria dos pontos representativos do SNA avaliados. CONCLUSÃO: O método de MPSNA foi capaz de reduzir a sintomatologia da DTM, bem como melhorar e reduzir as alterações biomecânicas e neurodinâmicas dos pacientes tratados. Embora ambos os grupos tenham apresentado melhora para todos as variáveis analisadas, o grupo tratado com fisioterapia apresentou resultados mais expressivos com relação a melhora dos parâmetros biomecânicos, enquanto o grupo tratado com a MPSNA obteve resultados mais relevantes acerca dos aspectos neurodinâmicos.