The monster of Frankenstein: a critical appraisal from its literary origin to the filmic adaptations

Abstract

Concebida pela imaginação da jovem Mary Shelley, Frankenstein é considerada uma das mais estranhas criações da literatura de horror gótico. Desde sua publicação, em 1818, a história do Dr. Frankenstein e a horrenda criatura concebida por ele têm sido continuamente adaptadas em diferentes mídias, especialmente no cinema, onde podemos listar mais de cinquenta versões ao todo. O objetivo desse trabalho é analisar o perfil do monstro apresentado no romance original, comparando-o com as imagens cinematográficas criadas ao durante o século 20. Para incluir diferentes períodos do cinema, selecionamos três adaptações populares: Bride of Frankenstein de James Whale (Universal Studios, 1935); The Evil of Frankenstein de Freddie Francis (Hammer Filmes, 1964); e Mary Shelley’s Frankenstein de Kenneth Branagh (Columbia Pictures, 1994). Entre as referências teóricas usadas para esta análise comparativa, destacamos as contribuições de Robert Stan, que desconstrói a falácia da "fidelidade"; e João Batista de Brito, que propõe categorias simples de operações envolvendo a adaptação intersemiótica. Usando essas categorias, analisamos como os cineastas lidam com a complexidade do romance de Shelley e as lacunas que ela intencionalmente deixou na descrição de seu monstro. De fato, um romance não pode ser fielmente transportado para o cinema, nem tal "fidelidade" é desejável. Um diretor bem sucedido é aquele que compreende a essência da história e o tom da narrativa.