Uma experiência no ensino privado: os conflitos de um professor em formação inicial em busca de sua identidade docente

Abstract

O exercício docente cada vez mais tem se firmado como um dos cernes de investigação no campo da Linguística Aplicada, sobretudo, ao que corresponde ao papel das práticas linguageiras na formação, tanto inicial, quanto continuada, como destaca Martiny (2012). Assim, nosso trabalho objetiva analisar, em um relato reflexivo, as diversas identidades de um professor de Língua Portuguesa, que está em formação inicial, mas que vivencia vários conflitos, como docente, na educação básica, através de uma experiência no contexto profissional de uma escola privada, confrontando-a com outras atuações, como o estágio supervisionado, na graduação, no curso de Letras-Português, da Universidade Estadual da Paraíba/ Campus I. Nesse cenário, a presente pesquisa prioriza como objetivos, de uma maneira mais específica, comparar as reflexões desse professor, ao atuar, ora como professor, em escola privada, ora como licenciando, nos projetos e nos estágios supervisionados em que participou; analisar os conflitos revelados por esse colaborador nessas duas instâncias educacionais, em que desempenhou experiências docentes; e investigar como essas atuações contribuíram para ele refletir sobre a sua formação docente e para delinear sua identidade profissional. Para fundamentar essa proposta, comungamos com as contribuições de autores como: Geraldi (2010), para abordar as concepções identitárias do professor, ao longo dos anos, associadas às múltiplas faces identitárias que a perspectiva cultural apresenta (HALL, 2006); Sant’ana (2016), Kleiman (2012) e Pimenta e Lima (2004), ao discutirem acerca da formação docente, abordando desde o estágio até os anos iniciais da carreira; e Fogaça (2010) para refletir sobre os conflitos no trabalho, juntamente com as contribuições de Sant’ana (2016) e Clot (1999). A análise do corpus revela um colaborador que dispõe de várias identidades, pois, ao (re)pensar e transformar sua metodologia, torna-se um docente pós-moderno, agindo de várias formas, ora como produtor do conhecimento, ora como operacionalizador da aprendizagem (GERALDI, 2010), compreendendo a importância dos conflitos no ambiente de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e profissional. Em decorrência disso, o contexto de sala de aula da escola privada propiciou um momento de reflexão e avalição, apontando que os cursos de formação precisam formar profissionais adequados ao seu tempo, contemplando conteúdos que esse tipo de instituição prioriza, evitando, assim, entraves como os vivenciados pelo colaborador, deixando-o, em vários momentos, sem saber como agir.