Ensino remoto na EJA: desafios ao professor de língua portuguesa materna

Abstract

Este trabalho apresenta um estudo sobre o ensino da língua materna na Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Anos finais do Ensino Fundamental – em tempos de pandemia, tendo como objetivo geral investigar a percepção dos professores de uma unidade escolar do município de Picuí – PB, com atuação na EJA, sobre as aulas remotas, de modo a entender como esses docentes vêm flexibilizando suas atividades, com alternância dos turnos de trabalhos diários, de atividades síncronas e assíncronas, de forma a facilitar o processo de inclusão dos estudantes nas propostas de atividades pensadas e planejadas para esse novo contexto de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, justifica-se pelo interesse em tentar compreender, a partir do olhar do professor que teve a formação pautada nos moldes presenciais, como desenvolve suas atividades no ambiente virtual, considerando que nas aulas presenciais o professor já enfrentava desafios em assegurar a permanência e o aprendizado desse aluno. Metodologicamente, parte de uma pesquisa exploratória, do tipo bibliográfico, e de cunho qualitativo. Fundamentada nos estudiosos de referência como Marcuschi (2008), Rojo (2009), Freire (1989), Boto (2020), Galvão & Saviani (2021), entre outros. A coleta da pesquisa deu-se mediante a aplicação de um questionário on-line aos professores participantes. Os resultados apontam que, apesar dos professores terem a sua disposição plataformas digitais como WhatsApp, Google Classroom, Google Meet, o que prevalece é a aplicação de sequências de atividades impressas, onde a participação dos alunos da EJA nas aulas síncronas é mínima. Em linhas gerais, a pesquisa contribuiu para o entendimento de que, apesar de o ensino remoto, mediado pelo uso da tecnologia, tivesse como vantagem aproximar os alunos, não o faz, sobretudo, pela carente condição socioeconômica desse público. Vimos que embora seja recomendado o uso dessas ferramentas, o que prevalece em sua maioria é a utilização das atividades impressas como forma de mediar o processo de ensino e aprendizagem, assegurando ao aluno o contato com as propostas de atividades elaboradas pelas docentes.