A imagem da viúva nos contos de Kate Chopin: "a lady of Bayou St. John" e "the story of an hour"

Abstract

Este Trabalho de Conclusão de Curso – TCC analisa e compara a imagem da mulher viúva em dois contos da escritora norte americana Kate Chopin (1850-1904), são eles, “A Lady of Bayou St. John” e “The Story of an Hour”, ambos selecionados de Portraits (1979), coleção de vinte e nove contos da escritora. A partir de vários retratos femininos (mulheres que são ou aparentemente são conformistas, e as que desafiam a tradição), Chopin revelou seu descontentamento com a situação da mulher no século XIX nos Estados Unidos, um período fortemente marcado por normas patriarcais. A autora aborda várias imagens de mulheres que retratam a realidade social de um lado, e de outro lado o desejo feminino de se libertar das amarras sociais. A escolha do tema se respalda na fundamentação crítica de Mary Anne Ferguson (1986) presente em Images of Women onde ela apresenta categoricamente as imagens das mulheres como elas aparecem nos textos literários. De acordo com Ferguson a categoria “Mulheres sem Homens”, onde se encontram as mulheres solteiras, divorciadas e viúvas, foi a que menos foi foco de estudo. Embora as narrativas selecionadas para análise comunguem o fato de que em ambas quem protagoniza é a mulher viúva, Chopin as constrói de formas diferentes. O argumento aqui é construído com a discussão que em “A Lady of Bayou St. John” Chopin representa uma mulher que assume o papel da viúva no modo convencional de seu tempo e sua cultura e consegue estar satisfeita no lugar definido socialmente à ela, o ambiente doméstico (casa) e na sua vida conjugal no passado. Já em “The Story of an Hour”, o significado da instituição matrimonial passa a ser questionado, chegando a ser intimamente negado no momento do luto. A sensação e desejo de libertação na protagonista é apresentada de uma maneira que, diante do retorno, inesperado, do marido, para que esta não reassumisse o papel de “prisioneira”, Chopin põe fim a sua vida. Além de Ferguson (1986), o respaldo teórico para este trabalho fundamenta-se nos estudos de De Beauvoir (1949), Millett (1970), Showalter (1989), dentre outros.