Arte, alfabetização e letramento: reflexões sobre a formação e a atuação de professores/as

Abstract

O ensino de Arte no Brasil vem passando por momentos turbulentos antes mesmo da sua implementação enquanto disciplina obrigatória no currículo escolar. Atualmente, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) traz como proposta que o 1° ano e 2° ano do ensino fundamental devem ter como foco a alfabetização e o letramento, cabendo a arte o serviço de apoio à aquisição da leitura e escrita. Diante disso, o objetivo geral deste artigo é refletir sobre a prática dos professores alfabetizadores no tocante ao ensino da Arte. Para tal, os objetivos específicos foram discutir a desvalorização e inferiorização da Arte no trabalho pedagógico, verificar os métodos e as estratégias que os professores/as utilizam para alfabetizar e ensinar arte e discutir a formação inicial e continuada dos professores/as que atuam em sala de aula. A pesquisa foi qualitativa em educação com abordagem ao ensino da arte no âmbito da alfabetização e letramento. Tendo em vista o contexto pandêmico, a coleta de informações ocorreu por meio de um formulário no Google forms, contendo 12 (doze) questões, que recebeu resposta de 08 (oito) professores/as, sendo consideradas 07 (sete) destas contribuições ao estudo. Os/as professores/as, sujeitos da pesquisa, atuavam em 05 (cinco) escolas públicas do município de Tacima-PB. Para o embasamento teórico apresentamos as contribuições de Barbosa (1989), Freire (1989), Ferreiro (1999), Soares (2004), Silva & Santos (2017), e documentos oficiais para a educação nacional: PCN de Arte (1998), LDB nº 9394/1996 (1996), RCNEI (1998), Base Nacional Comum Curricular (2018). Conclui-se que a secundarização e a desvalorização do ensino de Arte persiste no âmbito escolar e a proposta trazida pela BNCC é mais uma forma de fortalecer essa direção assumida ao longo do tempo em nosso país. Nesse contexto, a falta de investimentos em cursos de graduação e de formação continuada no que diz respeito à arte, e a ausência de interesse político sobre o desenvolvimento desse campo de conhecimento humano influencia e por vezes determina um ensino limitado e limitador.