Avaliação clínica e radiográfica de dentes decíduos tratados endodonticamente com a pasta antibiótica CTZ

Abstract

A ocorrência de comprometimento pulpar em dentes decíduos e sua perda prematura é um problema de saúde pública. Para esses casos, o tratamento endodôntico é a abordagem indicada para manter o dente em função até a sua esfoliação. Dentre as técnicas utilizadas destaca-se o tratamento com a pasta antibiótica CTZ (cloranfenicol, tetraciclina, óxido de zinco e eugenol). Objetivou-se com esse estudo avaliar clinicamente e radiograficamente o sucesso clínico da terapia endodôntica em dentes decíduos com pasta antibiótica CTZ. Foi realizado um estudo observacional transversal com análise descritiva. A amostra foi composta por crianças de ambos os sexos, com até 11 anos de idade, que foram atendidas na clínica odontológica infantil de uma instituição pública de ensino superior, entre os anos de 2014 a 2018, que receberam tratamento endodôntico com a pasta CTZ. Os dados inicias foram coletados dos prontuários da clínica. Todos foram analisados e considerando os critérios de elegibilidade, os pacientes foram selecionados para realização de exame clínico e radiográfico. Os seguintes parâmetros foram adotados: clinicamente analisou-se presença ou ausência de sintomatologia dolorosa, mobilidade dentária e alteração do tecido mole. Radiograficamente analisou-se presença ou ausência de lesão periapical e/ou interradicular e estágio da rizólise. Foram identificados 54 prontuários, totalizando 74 dentes tratados com a pasta CTZ. A amostra final foi composta por 6 crianças (9 dentes), com idade média de 7 anos, prevalecendo o sexo feminino com 83,4%. Constatou-se ausência de dor em 88,9%, presença de mobilidade em 66,7% e alteração de tecido mole (fístula) em 11,1%. Radiograficamente 88,9% dos dentes apresentaram lesão periapical e/ou interradicular e o processo de rizólise estava adequado em 66,7%. A avaliação dos dentes decíduos tratados endodonticamente com a pasta CTZ mostrou-se satisfatória, sendo, clinicamente em 66,7% e radiograficamente em 44,5%. Desta forma, esse recurso terapêutico permitiu a possibilidade de manter o dente decíduo na cavidade bucal até a época da sua esfoliação ou, pelo menos, retardar sua perda precoce.