Análise dos aspectos socioafetivos nas relações parentais: O olhar de mães de crianças de escolas pública e privada da cidade de Campina Grande – PB

Abstract

Ao longo dos anos a família tem passado por inúmeras modificações tanto na sua forma de organização estrutural, como de relacionamento entre seus integrantes. Neste contexto de mudanças é possível observar uma crescente valorização do relacionamento socioafetivo, sobretudo, na interação entre mães e filhos, transcendendo os aspectos voltados para os cuidados básicos e pautando-se no suporte emocional e sentimental para estes. Este estudo objetivou analisar o olhar de mães de crianças de diferentes idades e contextos escolares sobre as relações socioafetivas, buscando especificamente compreender o que estas mães julgam ser relevante nas relações parentais, em que se baseiam para orientar seus filhos no processo educativo e que recurso é predominantemente utilizado no processo de orientação aos mesmos. Para tanto, foi realizado um recorte de uma pesquisa de Iniciação Científica PIBIC/UEPB/CNPq cota 2017/2018, a qual teve como objetivo analisar as relações parentais sob o olhar de mães de crianças de diferentes idades e contextos escolares. Foram entrevistadas 32 mães de crianças, estudantes de escolas pública e privada, com idade variando entre 6 a 9 anos (quatro mães para cada faixa etária das crianças), sendo 16 com filhos estudantes de escola pública e 16, de escola privada, ambas na cidade de Campina Grande no estado da Paraíba. Para a realização da pesquisa os dados foramcoletados por meio de questionários sociodemográficos e entrevistas semiestruturadas, devidamente gravadas com duração média de 10 minutos e analisadas com o auxílio do SPSS Statistc- Versão 20.0 e da técnica de análise de conteúdo bardiniana, respectivamente. O recorte feito se baseia no mesmo número de participantes e na mesma metodologia utilizada na pesquisa do PIBIC, porém os resultados estão relacionados aos objetivos deste estudo. Não existiram diferenças estatisticamente significativas entre as frequências de respostas das mães relativas às categorias em cada questão, considerando a idade das crianças e o contexto social das participantes. O relacionamento e a formação moral foram os principais aspectos valorizados pelas mães na relação socioafetiva. O diálogo e o controle do comportamento das crianças foram identificados como principais recursos da orientação no processo educativo, indicando, talvez, uma dicotomia entre estilo parental autoritativo e autoritário. Quanto às orientações dadas às crianças, estas se basearam, principalmente, na influência dos pais das participantes, enfatizando a importância das relações intergeracionais. Destaca-se, portanto, a importância das relações socioafetivas entre mães e filhos, principalmente com o diálogo e para o estilo autoritativo no processo de desenvolvimento da criança e do adolescente.